Trabalhadores portuários deveriam ter estatuto profissional, diz estudo

A criação de um estatuto profissional do trabalhador portuário poderia beneficiar estes profissionais a vários níveis e mesmo captar jovens para a carreira, segundo as conclusões de um estudo promovido por duas entidades sindicais.

© D.R.

No relatório, realizado pelo consórcio Globalmoza, Instituto de Conhecimento e a Universidade Católica Portuguesa, a pedido da FNSTP – Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores Portuários e da Fesmar – Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores do Mar, conclui-se que “não existe estatuto profissional do trabalhador portuário”.

“Sendo o trabalho portuário tão específico e exigente, não só em termos de carga laboral, mas também de conhecimentos técnicos e de segurança, o presente trabalho conclui que a existência de um estatuto profissional poderia beneficiar os trabalhadores portuários a vários níveis”, indicou.

Para os autores do estudo, a criação deste estatuto levaria à criação e sistematização da profissão, promovendo “a valorização e dignificação do trabalhador”.

Por outro lado, “dotando os trabalhadores de faculdades como a mobilidade, hoje praticamente inexistente, permitir-se-ia expandir as oportunidades profissionais no território nacional”, lê-se no documento, indicando ainda que “poderá contribuir para um reconhecimento não só externo, mas que, internalizado, possa aumentar o bem-estar sócio emocional dos trabalhadores”.

Por último, referiu, “a existência do reconhecimento de uma carreira poderá afigurar-se fundamental para, no futuro, se cativar jovens a enveredar pela profissão”.

O mesmo estudo aponta ainda que “existe um problema de imagem associado ao transporte marítimo e ao trabalho portuário e à forma como são percebidos pela sociedade”, referindo que “em sede de concertação, entre empresas, sindicatos (federações), empresas de trabalho portuário e empresas de trabalho temporário — mas também administrações portuárias e municípios — poderá ser esquadrado um plano de comunicação a longo prazo, que permita aproximar a população da profissão, da sua importância e do significado do transporte marítimo e da atividade dos portos”.

O estudo concluiu ainda que os portos se “organizam de formas diferentes, com estruturas próprias e formas de organização laboral distintas, o que significa que os desafios que os trabalhadores enfrentam não são necessariamente os mesmos”.

Ainda assim, indicou, “o modelo aplicado em Leixões (ETP) aparenta ser aquele que melhor defende o interesse dos trabalhadores, mas pela escala e pelas especificidades de cada porto dificilmente poderá ser aplicado em todo o território nacional”.

O trabalho destacou ainda que “os trabalhadores portuários enfrentam desafios como longas horas de trabalho e condições de segurança variáveis”, salientando que “a formação e a implementação de medidas de segurança têm crescido favoravelmente, mas ainda há espaço para melhorias”.

Além disso, realçou, “a participação feminina é baixa, e há necessidade de políticas ativas para promover a igualdade de género”.

Últimas do País

Cerca de 40 carros de motoristas e parceiros de transporte individual de passageiros em veículos descaracterizados (TVDE) partiram hoje do Campo Grande, em Lisboa, em direção à Assembleia da República, em protesto, reivindicando melhores condições de trabalho no setor.
A criação de um estatuto profissional do trabalhador portuário poderia beneficiar estes profissionais a vários níveis e mesmo captar jovens para a carreira, segundo as conclusões de um estudo promovido por duas entidades sindicais.
A expedição científica que desde 07 de setembro está a fazer um levantamento da biodiversidade de dois dos picos da maior montanha submarina de Portugal, o banco de Gorringe, entra hoje na semana final de trabalhos.
Protestos contra os incêndios, o abandono do território e a monocultura do eucalipto estão marcados para hoje em 12 localidades em Portugal, sob o lema “O país arde, temos de acordar”.
A PSP registou mais de 31.000 acidentes com fuga nos últimos três anos, significando que um em cada cinco condutores envolvidos em desastres com feridos ou vítimas mortais fugiu do local, revelou hoje aquela polícia.
Médicos e enfermeiros cumprem dois dias de greve esta semana para exigir melhores condições de trabalho e salariais e mais investimento no SNS, num protesto promovido em separado pela Federação Nacional dos Médicos e pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.
A presidente da CAIS, associação que ajuda pessoas em situação de vulnerabilidade social, considera que o número de pessoas em situação de sem-abrigo vai continuar a aumentar, nomeadamente entre imigrantes, e que a pobreza irá sempre existir.

As notícias dos últimos dias não surpreendem: a detenção, pela PJ ou outras forças de segurança, dos responsáveis pelos fogos causados este ano vêm muitas vezes acompanhados das palavras “reincidente” ou “cadastrado”. Na verdade, quer os estudos nacionais quer os estudos internacionais revelam sem margem para dúvidas que muitos destes criminosos já cometeram o mesmo […]

O protesto às defesas oficiosas decretado pela Ordem dos Advogados (OA) obrigou ao adiamento de duas diligências esta semana, indicou hoje o Ministério da Justiça (MJ).
Palmas, o "som da dor" e a sirene dos bombeiros romperam o silêncio do cortejo fúnebre dos três bombeiros voluntários de Vila Nova de Oliveirinha, que morreram na terça-feira num incêndio em Tábua.