Moreira defende que sobrepor competências “não resolve problema” de segurança

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse hoje discordar da proposta do seu homólogo de Lisboa para que a Polícia Municipal possa fazer detenções, defendendo que sobrepor competências de investigação criminal “não resolve o problema” de segurança.

© Facebook/ruimoreira

“Entendo que os órgãos de investigação criminal devem ser os que estão previstos na lei, a PSP, GNR e Polícia Judiciária. Entendo que essa competência não faz nenhum sentido passar para as Polícias Municipais”, afirmou Rui Moreira, numa visita ao novo Parque da Alameda de Cartes, na freguesia de Campanhã.

Questionado sobre a ordem dada pelo presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, à Polícia Municipal para passar a deter suspeitos de crimes na cidade, Rui Moreira considerou que a sobreposição de competências “cria entropia, desconfiança e não resolve o problema”.

“Se queremos ter mais segurança, precisamos de mais visibilidade da PSP e mais efetivos da PSP. Tudo o que seja tentar andar a passar competências de um lado para o outro, a meu ver, não faz sentido”, referiu.

O autarca independente notou ainda que a lei “não pode ser alterada nem por uma interpretação do senhor presidente da câmara”, nem mesmo pelo ministro que tutela a área da segurança interna.

“Esta é uma matéria que só a Assembleia da República pode mudar e não sou favorável à mudança, a não ser pequenos ajustes, que são necessários porque é uma lei que tem 20 anos, mas passar a fazer investigação criminal nas Polícias Municipais a minha opinião é contraria”, acrescentou.

Aos jornalistas, Rui Moreira afirmou também que no exercício das suas funções, a Polícia Municipal pode deter um cidadão que tenha sido visto a cometer um crime punível com prisão.

“Aliás, nós também o podemos fazer, mas é mais fácil ser um Polícia Municipal a fazê-lo porque tem formação policial (…) Relativamente a essa matéria não há nenhuma duvida. A policia municipal é um órgão administrativo, de fiscalização, que representa as competências da PSP e faz outras coisas que a PSP deixou de fazer, por exemplo, resolver o problema do trânsito”, observou.

Na segunda-feira, em entrevista à SIC, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, afirmou que deu ordem à Polícia Municipal para passar a deter suspeitos de crimes na cidade, indicação que disse já ter dado há mais de um ano.

À margem da inauguração do novo centro de aprendizagens de tecnologias criativas TUMO Lisboa, Carlos Moedas esclareceu aos jornalistas que as detenções feitas pela Polícia Municipal estão dependentes da PSP e insistiu na necessidade de clarificar a lei para que essa função possa ser partilhada.

“A Polícia Municipal está na rua e, se houver um crime, a Polícia Municipal – que, repito, são polícias de segurança pública – tem de atuar. Eu dei essa indicação ao comandante e posso dizer que, em Lisboa, todos os dias tem havido esse tipo de detenções, mas, obviamente, depois tem de chamar a PSP”, disse Carlos Moedas, confirmando que a ordem dada à Polícia Municipal para passar a deter suspeitos de crimes foi dada há mais de um ano ao comandante.

Questionado pela Lusa, o gabinete da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, disse que as competências invocadas pelo presidente da Câmara de Lisboa quanto à Polícia Municipal “estão previstas na lei aplicável”.

Últimas do País

O Sindicato Nacional de Bombeiros Profissionais apresentou uma queixa à Inspeção-Geral de Finanças (IGF) contra a Câmara Municipal de Lisboa, denunciando "falhas graves" na gestão do Regimento de Sapadores, nomeadamente falta de equipamentos de proteção individual, foi divulgado esta quarta-feira.
A Federação Nacional da Educação (FNE) criticou esta quarta-feira, 12 de novembro, a tutela pelas falhas no apuramento das necessidades das escolas, que obrigaram à correção da portaria de vagas a meio do concurso.
O número de cirurgias oncológicas realizadas pelo SNS, que evoluía favoravelmente desde o final de 2023, quebrou abruptamente no último trimestre de 2025, sugerindo um fator sazonal ou restrição temporária de capacidade, revela um relatório divulgado esta quarta-feira.
A ministra da Saúde anunciou esta quarta-feira que já recebeu o pedido de reunião da recém-criada Associação dos Médicos Prestadores de Serviço e assegurou que o encontro será agendado "o mais brevemente possível".
O risco de disseminação da gripe das aves é, neste momento, elevado, avisou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), que determinou o confinamento em zonas de alto risco, numa altura em que Portugal contabiliza 31 focos de infeção.
A PSP lançou esta quarta-feira uma megaoperação nos bairros Dr. Nuno Pinheiro Torres e Pasteleira, no Porto, três dias depois de um agente ter sido agredido e de moradores terem impedido a detenção do agressor. O dispositivo mobiliza dezenas de polícias de várias unidades e vai manter-se “por tempo indeterminado”.
A Provedoria de Justiça defendeu hoje uma revisão dos procedimentos de candidatura ao programa que apoia intervenções em habitações para melhorar a eficiência energética, pedindo que sejam mais claros e as plataformas usadas mais acessíveis.
O secretário-geral da Fesap afirmou hoje que o Governo admitiu aumentar o subsídio de refeição já em 2026, mas não detalhou o valor concreto, após uma reunião com a secretária de Estado da Administração Pública.
O procurador-geral da República (PGR) desconhecia até terça-feira a inexistência no Tribunal da Relação de Lisboa de recursos pendentes na Operação Influencer, continuando a investigação sem acesso a 'e-mails', esclareceu hoje a Procuradoria-Geral da República.
Parte do telhado da estação ferroviária de Santa Apolónia, em Lisboa, foi esta manhã arrancada pelo vento, caindo sobre várias viaturas, não havendo danos pessoais nem tenso sido afetada a circulação de comboios, segundo fonte da Infraestruturas de Portugal (IP).