O representante especial da Rússia para o Afeganistão, Zamir Kabulov, declarou que “esta não é uma questão de desejo, mas sim uma decisão tomada pelas autoridades russas que terá de ser materializada no âmbito da legislação”, segundo a agência de notícias russa TASS.
Kabulov explicou que o Governo “tem a obrigação de cumprir a legislação” e manifestou esperar que a decisão se concretize oficialmente “num futuro próximo”.
“Isto exige um trabalho minucioso de advogados, deputados e outros organismos governamentais”, esclareceu.
Moscovo considera que os talibãs estão preparados para “lutar contra o ramo mais poderoso do Estado Islâmico, que continua a receber apoio do ocidente, que utiliza o grupo para levar a cabo as suas ações subversivas e de falsa bandeira” em território russo.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, apelou assim à retirada das sanções internacionais impostas contra o Afeganistão e responsabilizou os países ocidentais pela reconstrução do país. Além disso, apelou à devolução a Cabul dos bens “ilegalmente congelados” pela comunidade internacional.
“Não creio que alguém precise de ser convencido disto”, afirmou o ministro, antes de afirmar que Washington e os seus aliados “estão a minar o renascimento do Estado afegão”, apesar de declararem repetidamente “o seu apoio ao povo” do Afeganistão.
“Os Estados Unidos, que ignoram as críticas que lhe são dirigidas, continuam a congelar os bens afegãos, mantendo as suas sanções”, sublinhou Lavrov.