Sala de julgamento com capacidade para 67 advogados e 16 arguidos

A sala de julgamento do megaprocesso do BES, que se inicia dia 15 no Juízo Central Criminal de Lisboa, vai ter 67 lugares para advogados de defesa e dos assistentes, 16 para arguidos e 17 para o público.

© LUSA/Tiago Petinga

Segundo adiantou à Lusa o Conselho Superior da Magistratura (CSM), que tem estado envolvido nos preparativos deste caso mediático que tem como principal arguido o ex-banqueiro Ricardo Salgado, o julgamento será transmitido em direto para duas salas de imprensa nos edifícios A e B do Campus de Justiça, com capacidade para 32 profissionais de comunicação social, e estão a ser avaliados outros espaços para permitir o acompanhamento à distância por mais assistentes e público em geral.

Para este julgamento, cujo coletivo de juízes é presidido por Helena Susano, foi, de acordo com o CSM, afeto, em exclusivo, um escrivão auxiliar, que será secundado, quando tal se revele necessário, por uma escrivã auxiliar e pelos demais oficiais de justiça em exercício de funções na unidade de processos em causa.

“Estes atribuirão aos atos que se mostrem necessários neste processo a prioridade conferida aos processos em que os arguidos se encontram privados de liberdade”, esclareceu ainda o CSM, órgão de gestão da magistratura judicial que há vários meses tem vindo a estar envolvido nos preparativos para a realização do julgamento deste megaprocesso juntamente com o Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ), entre outras entidades.

A escassos dias do arranque do julgamento, o CSM garante que “os sistemas de som, registo de prova e comunicações à distância estão a ser testados com resultados positivos”.

“No entanto, não está prevista, para o início do julgamento, a transcrição automática. Aguarda-se o teste de várias soluções que o permitam, sob apreciação do IGFEJ”, ressalva o CSM.

Para a realização do julgamento deste megaprocesso foram disponibilizados equipamentos informáticos e tecnológicos, incluindo computadores e ecrãs para visualização de documentos do processo, informou o CSM, indicando que “alguns sistemas, como o de videoconferência, estão em fase de finalização”.

Tratando-se de um processo relacionado com a criminalidade económico-financeira mais complexa e sofisticada, ligada à banca, aos offshores e a diversos mecanismos financeiros, o CSM revelou que coletivo de juízes recebeu “formação específica para lidar com a matéria altamente complexa e técnica deste processo”.

Quanto aos oficiais de justiça, têm recebido formação sobre os equipamentos tecnológicos a ser usados no processo, acrescentou o CSM.

O CSM salientou que o julgamento do megaprocesso do BES conta com o apoio da estrutura ALTEC – Apoio Logístico à Tramitação de Elevada Complexidade.

O ALTEC – referiu o CSM à Lusa – assegura o correto funcionamento das soluções eletrónicas mais eficientes para a consulta e apreciação dos elementos do processo pelo coletivo de juízes e por todos os demais intervenientes no processo (assessores, funcionários judiciais destacados para a realização do julgamento, advogados, arguidos, assistentes, peritos e testemunhas).

O CSM garantiu ainda que os preparativos deste julgamento “estão a ser concluídos, fruto do empenho conjunto da Comarca de Lisboa, do CSM, do IGFEJ e da Direção-Geral da Administração da Justica (DGAJ), que continuarão a assegurar a resolução de eventuais problemas logísticos ou tecnológicos ao longo do julgamento”.

O julgamebto inicia-se uma década após o escândalo do BES ter rebentado e numa altura em que o tribunal já declarou a prescrição de 11 crimes, três deles imputados a Ricardo Salgado, que foi acusado de 65 crimes, incluindo corrupção ativa e branqueamento.

Este processo principal do BES agrega 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e ainda queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro.

Segundo o Ministério Público, a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

Últimas do País

A Polícia Judiciária (PJ) deteve três homens suspeitos de terem assaltado, à mão armada, um distribuidor de gás na Amadora.
Escolas encerradas com alguns professores e funcionários no interior e pais e alunos do lado de fora das grades foi um cenário repetido hoje em vários estabelecimentos de ensino lisboetas, dia de greve nacional.
A Polícia Judiciária (PJ) anunciou ontem, quinta-feira, a detenção, em Loures, de uma mulher de 32 anos procurada pelas autoridades alemãs no âmbito de um mandado de detenção europeu.
A Polícia Judiciária deteve, na Figueira da Foz, um homem de 37 anos com dupla nacionalidade luso-francesa, condenado em França a três anos de prisão por crimes de burla.
A presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM) disse hoje que a greve destes profissionais está a afetar toda a atividade programada nos hospitais e centros de saúde, responsabilizando o Governo, que tem sido "totalmente intransigente" nas negociações.
A fundação britânica que atribui os prémios Booker e Booker Internacional vai criar uma versão do prémio para obras de literatura infantil, anunciou hoje aquela entidade.
Portugal continental e as regiões autónomas da Madeira e Açores vão atrasar os relógios uma hora na madrugada de domingo, numa altura em que a União Europeia reacende o debate sobre a mudança da hora.
A antiga eurodeputada socialista Ana Gomes foi constituída arguida num processo-crime instaurado pela Solverde, depois de declarações suas sobre o sistema de regulação dos casinos em Portugal.
Dez distritos de Portugal continental vão estar no sábado sob aviso amarelo devido à previsão de chuva forte, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Quase um milhão de pessoas esperavam por uma primeira consulta nos hospitais públicos no final de junho, mais de metade para além dos tempos máximos de resposta previstos, adiantou hoje a Entidade Reguladora da Saúde (ERS).