Em declarações hoje à Lusa, o presidente da LBP disse que a queixa formal foi apresentada na quarta-feira durante uma reunião com o Provedor de Justiça, Maria Lúcia Amaral.
“O sistema está a ter graves prejuízos para os bombeiros e para a população em geral”, afirmou António Nunes, frisando que a queixa incidiu “na forma como o socorro está a ser feito” devido aos constrangimentos e encerramentos de urgências, sobretudo nos serviços de obstetrícia/ginecologia e pediatria, mas há também, segundo a LBP, outras especialidades afetadas.
Segundo o responsável, o encerramento das urgências “obriga os bombeiros a fazer deslocações para longas distâncias”, uma situação que leva à falta de ambulâncias e “provoca alguns atrasos no socorro à população”, nomeadamente na Área Metropolitana de Lisboa e em especial na região de Setúbal.
A LBP dá conta de que as corporações dos bombeiros estão a ter dificuldades devido aos constrangimentos nas urgências hospitalares que obrigam as ambulâncias a demorarem por vezes muito mais tempo no transporte de doentes.
Como exemplo, referiu que, num acidente, os sinistrados chegam a estar dentro de uma ambulância de um corpo de bombeiros 30 ou mais minutos a aguardar a indicação” do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM sobre qual o hospital para onde devem ser encaminhados de ambulância.
António Nunes salientou também que a LBP chama a atenção na queixa para a “questão desumana em que é feito o atendimento às grávidas em algumas urgências encerradas”, como é o caso daquelas que “estão no hospital mas têm que ligar para 112 para fazer o encaminhamento para um outro hospital, como a situação tivesse ocorrido na rua e não dentro de um hospital”.
O presidente da LBP recordou que estas questões já foram transmitidas à direção executiva do SNS e ao Ministério da Saúde.
“Era um problema de verão, mas continua a existir, ainda este fim de semana estiveram oito urgências fechadas”, lamentou ainda.