AR “chumba” projeto de lei do CHEGA para os cuidados paliativos

O parlamento "chumbou" hoje projetos de lei do CHEGA e do Livre que previam um grupo de trabalho para gerir os cuidados paliativos e que as faltas justificadas para apoio aos doentes não implicassem a perda de remuneração.

© Parlamento

A iniciativa legislativa da bancada do CHEGA, que previa a criação de um grupo de trabalho especializado na Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde para coordenar e gerir a Rede Nacional de Cuidados Paliativos, foi rejeitada com os votos contra do PSD, do PS, do BE, do PCP, do Livre e do CDS-PP e a abstenção da Iniciativa Liberal e do PAN.

Já o projeto de lei do Livre, que pretendia que as faltas justificadas para prestar apoio aos doentes em cuidados paliativos não implicassem a perda de remuneração, permitindo assim que os trabalhadores pudessem estar presentes nos “momentos mais críticos da vida dos seus familiares sem sofrerem prejuízo financeiro”, mereceu os votos contra do PSD e do CDS-PP e a abstenção do PS e do CHEGA.

Em agosto, a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) anunciou que quase metade (48%) dos doentes referenciados em 2023 para unidades de cuidados paliativos contratualizadas com o setor privado ou social morreram antes de ter vaga e que apenas o Alentejo apresenta uma oferta superior ao limiar mínimo recomendado.

Ainda na área da prestação de cuidados de saúde paliativos, foram aprovados cinco projetos de resolução — iniciativas sem força de lei — apresentadas pelo CDS-PP, PAN, PCP, Livre e BE.

O projeto de resolução do CDS-PP recomenda ao Governo o reforço da oferta de cuidados paliativos no Serviço Nacional de Saúde ou através de acordos com os setores social e privado, com o líder parlamentar Paulo Núncio a salientar, no debate de quarta-feira sobre esse assunto, que o executivo se comprometeu a abrir 400 novas camas para cuidados até dezembro de 2025.

O PCP, no seu projeto de resolução, pretende que o Governo, entre outras medidas, implemente uma referenciação mais célere para garantir que os doentes têm acesso a uma resposta atempada e que reforce a capacidade de resposta pública da Rede Nacional de Cuidados Paliativos, através do aumento do número de unidades hospitalares, para dotar o país de um total de 900 camas até ao final de 2026.

O projeto de resolução do BE recomenda que o executivo avance com a contratação dos profissionais em falta nesta área, que aumente as unidades de internamento no SNS e que crie consultas de luto em todos os hospitais públicos.

Já o PAN pretende que o executivo, entre outras medidas, crie incentivos para os profissionais de saúde que optem por trabalhar em cuidados paliativos, nomeadamente ao nível da formação e da progressão de carreira, e uma resposta em cuidados paliativos pediátricos nas regiões do Alentejo e do Algarve.

A iniciativa do Livre pretende, entre vários pontos, que o Governo avalie, em conjunto com as várias ordens profissionais da área da Saúde, a criação de uma especialidade dedicada aos cuidados paliativos, garantindo condições, incentivos e indicadores de progressão a profissionais de saúde que optem por trabalhar nesta área.

Últimas de Política Nacional

O candidato presidencial e líder do CHEGA, André Ventura, fez hoje um “apelo final” ao Presidente da República para que adie a reunião do Conselho de Estado para a semana seguinte à segunda volta das presidenciais.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, prometeu hoje a proibição dos maquinistas conduzirem sob o efeito do álcool, estupefacientes ou substâncias psicotrópicas.
O candidato presidencial e líder do CHEGA considerou hoje a mensagem de Natal do primeiro-ministro "pouco feliz e pouco empática" por não falar da situação na saúde, desafiando os seus adversários para um debate sobre o tema.
O conselho diretivo de cada Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) vai passar a ter cinco vice-presidentes indicados pelo Conselho de Ministros, segundo um decreto-lei publicado.
O Presidente da República criticou hoje a demora do parlamento em eleger os conselheiros de Estado, frisando que já espera há seis meses, e disse ter convocado uma reunião do órgão consultivo porque a Ucrânia “é um tema fundamental”.
Candidato presidencial recorre da decisão que manda retirar cartazes com a frase “Os ciganos têm de cumprir a lei” e acusa os tribunais de impor uma ‘mordaça’ à liberdade de expressão em campanha eleitoral.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou o Conselho de Estado para 9 de janeiro para analisar a situação internacional e, em particular, na Ucrânia. A informação consta de uma nota divulgada esta terça-feira no site da Presidência da República.
Exigir que todos cumpram a lei passou a dar multa. O Tribunal Local Cível de Lisboa mandou retirar os cartazes de André Ventura e proibiu o candidato presidencial de repetir a mensagem, numa decisão que Ventura considera ser censura política.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vetou hoje os decretos da lei da nacionalidade, na sequência das inconstitucionalidades decretadas pelo Tribunal Constitucional, devolvendo-os à Assembleia da República.
O candidato presidencial Luís Marques Mendes divulgou hoje uma lista com os 22 clientes da sua empresa, na qual se encontram prestações de serviços em consultoria, comentários e participações em conferências, e que inclui a construtora de Famalicão Alberto Couto Alves.