Líder do CHEGA alega que petição por queixa-crime contra si “é uma fraude”

O líder do CHEGA alegou hoje que a petição que acompanha a queixa-crime contra si "é uma fraude" por ter "assinaturas falsas" e sem número de identificação, numa altura em que as suas declarações estão a ser investigadas.

© Folha Nacional

“É uma fraude porque quem quer pode assinar esta petição sem qualquer cartão de cidadão, sem qualquer número”, afirmou, dizendo conter nomes como o de Estaline, Kim Jong-un ou Odair Moniz.

Mais de 124 mil cidadãos assinaram uma queixa-crime contra André Ventura, Pedro Pinto e Ricardo Reis, do CHEGA, por declarações sobre a morte de Odair Moniz. O documento será hoje entregue na Procuradoria-Geral da República, que já abriu um inquérito na sexta-feira.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, André Ventura disse ter provas de que naquela petição há “dezenas, se não centenas, de assinaturas falsas” e espera que as suas alegações sejam investigadas.

“Porque várias pessoas o fizeram, com vídeos espalhados por toda a internet, a assinar falsamente, sem emails e sem identificação, esta petição”, indicou.

Sobre o inquérito já em curso, André Ventura reiterou que não invocará a imunidade parlamentar de que goza enquanto deputado “para evitar, contrariar ou fugir a qualquer investigação do Ministério Público” e indicou que confia “nas instituições e na justiça”.

“Temos de ter a preocupação de deixar o debate político para os políticos e evitar que se transfira para os tribunais e para a justiça. Isso de facto agora está na justiça e por isso caberá à justiça fazer esse apuramento”, referiu, alegando ter a razão do seu lado.

O presidente do CHEGA sustentou que o que fez foi defender “a polícia e as autoridades” e recusou que as suas declarações tenham contribuído para o aumento da tensão.

“O que incendiou os ânimos foram anos e anos e anos de bairros sem controlo, de polícia sem autoridade, sem meios, e da ladainha do racismo nas polícias. Isto foi o que incendiou estes bairros, isto é o que continua a incendiar estes bairros. Muito antes do André Ventura já havia mortes da polícia nestes bairros, muito antes do André Ventura já havia ataques a polícias nestes bairros, muito antes do André Ventura já havia contentores queimados nestes bairros”, defendeu.

Sobre as palavras do presidente da Assembleia da República, que apelou à moderação no caso da morte de Odair Moniz, Ventura disse esperar que não signifique passar “a dar voz só a um lado e esquecer o outro”.

“Eu já sei o que é que significa moderação para estes políticos dos últimos 50 anos, moderação é calarmo-nos, moderação é não dizer nada, é deixar a polícia arder, moderação é deixar as instituições arder, moderação é estar sempre ao lado dos coitadinhos, moderação é dizer que não interessa se eles cumprem a lei ou não, moderação é dizer que o falecido era um homem bondoso”, criticou.

Últimas de Política Nacional

A mais recente sondagem da Pitagórica mostra o partido liderado por André Ventura a disparar para os 22,6%, com a maior subida do mês de dezembro, enquanto a AD perde terreno e o PS estagna.
Há 57 ajustes diretos sob escrutínio do Ministério Público. Os contratos foram aprovados quando Henrique Gouveia e Melo comandava a Marinha e o inquérito continua ativo, apesar do perdão financeiro do Tribunal de Contas.
O candidato presidencial André Ventura afirmou hoje que pretende participar na reunião do Conselho de Estado convocada para dia 09 de janeiro, mas renovou o apelo para que, “em nome da igualdade”, o encontro seja adiado.
O Presidente da República (PR) anunciou hoje a criação de centros de elevado desempenho na área de obstetrícia e ginecologia, esperando que venha a permitir respostas “sistemáticas e rigorosas” e que os “consensos mínimos” em termos laborais sejam uma realidade.
O candidato presidencial e líder do CHEGA, André Ventura, fez hoje um “apelo final” ao Presidente da República para que adie a reunião do Conselho de Estado para a semana seguinte à segunda volta das presidenciais.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, prometeu hoje a proibição dos maquinistas conduzirem sob o efeito do álcool, estupefacientes ou substâncias psicotrópicas.
O candidato presidencial e líder do CHEGA considerou hoje a mensagem de Natal do primeiro-ministro "pouco feliz e pouco empática" por não falar da situação na saúde, desafiando os seus adversários para um debate sobre o tema.
O conselho diretivo de cada Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) vai passar a ter cinco vice-presidentes indicados pelo Conselho de Ministros, segundo um decreto-lei publicado.
O Presidente da República criticou hoje a demora do parlamento em eleger os conselheiros de Estado, frisando que já espera há seis meses, e disse ter convocado uma reunião do órgão consultivo porque a Ucrânia “é um tema fundamental”.
Candidato presidencial recorre da decisão que manda retirar cartazes com a frase “Os ciganos têm de cumprir a lei” e acusa os tribunais de impor uma ‘mordaça’ à liberdade de expressão em campanha eleitoral.