Hospitais de Lisboa ativam planos de contingência e São José adia alguma atividade programada

Os hospitais de Lisboa tiveram de acionar os planos de contingência, reforçar a capacidade de internamento e a ULS São José teve de adiar atividade programada para responder ao aumento da procura das urgências por doentes mais complexos.

©INEM

Para dar resposta a uma maior afluência ao Serviço de Urgência, a Unidade Local de Saúde (ULS) São José ativou os níveis II e III do Plano de Contingência e adotou as medidas previstas.

“Já foram reconvertidas camas dos serviços de Cirurgia Geral e Ortopedia para acomodar doentes da Medicina no Hospital Curry Cabral, com consequente protelamento de alguma atividade programada. Um mecanismo utilizado sempre que necessário e que é avaliado diariamente”, afirma a instituição à agência Lusa.

A ULS São José sublinha que “todas as medidas que visam aumentar a capacidade de resposta ao doente urgente têm sempre impacto, quer para os utentes quer para a instituição, razão pela qual foram tomadas medidas criteriosas (…) para mitigar eventuais consequências”, salvaguardando os doentes oncológicos e aumentando a cirurgia de ambulatório, entre outras.

Segundo a instituição, o número de internamentos e transferências aumentou cerca de 4% face ao mesmo período de 2024, tanto para as enfermarias como para os cuidados intensivos, o que atesta a gravidade das situações.

Acresce também o elevado número de internamentos protelados por razões sociais – cerca de 60 camas diárias, em média, estão ocupadas por utentes que já têm alta clínica, mas que continuam a ocupar camas que seriam necessárias para doentes agudos.

Sobre os motivos que levam os utentes às urgências, a instituição diz que são variados e relacionam-se, por exemplo, com o aumento da traumatologia ortopédica, descompensação de doenças crónicas e problemas respiratórios, sendo que este último está em crescendo.

A urgência geral do Hospital de São Francisco Xavier também regista um aumento da procura por doentes mais complexos, em linha com o esperado nesta altura do ano, com maior incidência de infeções respiratórias e necessidade de internamento.

A ULS Lisboa Ocidental, que integra este hospital, afirma que o aumento de doentes em observação motivou a ativação do plano de contingência, mas até quarta-feira não foi necessário suspender atividade cirúrgica programada.

De acordo com o plano de contingência e como está previsto em períodos de maior afluência, o hospital tomou outras medidas como a ativação, no serviço de urgência, de uma sala adicional com capacidade para 16 doentes, permitindo o acompanhamento dos doentes em observação.

Houve igualmente um reforço da capacidade de internamento em diferentes serviços, que estão a dar apoio à urgência, adianta a ULS, que registou, na última semana, uma média de 230 admissões diárias, com um aumento de 12% nos internamentos face à semana anterior.

O Hospital Beatriz Ângelo diz, por seu turno, que mantém ativo o Nível de Contingência II, o segundo mais grave, até nova reavaliação no dia 27.

Segundo a ULS Loures-Odivelas, que engloba este hospital, o reforço da resposta assentou em várias medidas, entre as quais, a alocação de mais médicos ao serviço de urgência geral em prestação de serviços e o aumento da capacidade para internamento com a contratualização de soluções externas para acolhimento de “casos sociais” e situações de doença aguda sem critério para internamento hospitalar.

A gravidade da situação clínica dos doentes aumentou em dezembro, com uma prevalência das infeções respiratórias, refletindo-se no internamento como uma ocupação a rondar os 100%.

De acordo com a ULS, até quarta-feira não houve necessidade de proceder ao reagendamento de consultas ou cirurgias.

“No entanto, dentro dos possíveis e sem prejuízo das situações prioritárias ou oncológicas, os novos agendamentos privilegiam as cirurgias de ambulatório”.

Para fazer face a uma maior afluência às urgências, a ULS Santa Maria abriu há duas semanas 12 camas para doentes respiratórios e tem apostado nas camas de proximidade para acolher os casos sociais ou os doentes que aguardam resposta da Rede Nacional de Cuidados Integrados.

“Houve um grande investimento no alargamento dessa resposta ainda antes do início do inverno, nomeadamente com a Santa Casa, alargando esta resposta de proximidade para perto de 150 camas”, disse a ULS Santa Maria.

Os hospitais reforçam a mensagem para, em caso de necessidade, os doentes ligarem para o SNS24 (808 24 24 24) e em caso de emergência para o 112.

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