Mondlane exige 25 medidas sob a ameaça de retomar protestos

O ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane exigiu hoje 25 medidas às autoridades moçambicanas para os próximos três meses, ameaçando retomar manifestações e protestos nas ruas “de forma mais intensa”, caso não sejam implementadas.

EPA/LUISA NHANTUMBO

“Caso estas medidas não sejam implementadas, caso não se cumpra com estas medidas, a qualquer momento, antes dos 100 dias, vamos retomar as manifestações de rua e de forma muito mais intensa”, declarou Venâncio Mondlane, ao intervir em direto através da sua conta oficial na rede social Facebook.

Entre as medidas para os primeiros 100 dias, Mondlane exigiu o fim do que considera “violência contra a população” e “genocídio silencioso”, acusando as Forças de Defesa e Segurança de raptar, assassinar e enterrar pessoas em “valas comuns” por serem consideradas membros da oposição, seus apoiantes.

Venâncio Mondlane concorreu ao cargo de Presidente da República nas eleições gerais de 09 de outubro, em que Daniel Chapo foi declarado vencedor, tendo tomado posse como chefe de Estado em 15 de janeiro, resultado que o político da oposição não reconhece.

Mondlane exige a libertação “incondicional” dos mais de 4.000 detidos durante as manifestações pós-eleitorais no país, bem como o tratamento médico e medicamentoso aos feridos nestes protestos e o pagamento de uma indemnização de pelo menos 200 mil meticais (3.000 euros) às famílias que viram os seus familiares mortos durante protestos.

Outra medida colocada pelo político é a extensão do não pagamento de portagens por mais 100 dias: “E as portagens que estão nas estradas esburacadas e em más condições devem ser removidas e só voltaremos a pagar quando as estradas forem reabilitadas”.

“Acabar de vez com as cobranças ilícitas na função pública”, acrescentou o candidato presidencial, exigindo também a isenção do Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA) em produtos básicos.

Venâncio Mondlane apontou ainda a redução da tarifa de eletricidade em 50% e a suspensão de exploração de madeira para exportação, exigindo igualmente ao novo executivo uma linha de financiamento de 500 milhões de dólares (485,5 milhões de euros) para apoiar as Pequenas e Médias Empresas (PME) afetadas durante as manifestações de contestação dos resultados eleitorais.

Desde 21 de outubro, quando começou a contestação ao processo em torno das eleições gerais de 09 de outubro, o registo da plataforma eleitoral Decide contabiliza 633 pessoas baleadas, além de 314 mortos e pelo menos 4.228 detidos.

Em 23 de dezembro, Daniel Chapo, de 48 anos, foi proclamado pelo Conselho Constitucional (CC) como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, nas eleições gerais, que incluíram legislativas e para assembleias provinciais, que a Frelimo também venceu.

A eleição de Daniel Chapo tem sido contestada nas ruas desde outubro, com manifestantes pró-Mondlane – que segundo o CC obteve apenas 24% dos votos, mas que reclama vitória – a exigirem a “reposição da verdade eleitoral”, com barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia.

Últimas do Mundo

O ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane exigiu hoje 25 medidas às autoridades moçambicanas para os próximos três meses, ameaçando retomar manifestações e protestos nas ruas “de forma mais intensa”, caso não sejam implementadas.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, manifestou hoje o seu apoio aos novos dirigentes libaneses e anunciou a organização de uma conferência internacional em Paris “dentro de algumas semanas” para ajudar a reconstruir o Líbano.
A Comissão Europeia lançou hoje uma ação para ajudar os Estados-membros a reter e atrair enfermeiros, com um orçamento de 1,3 milhões de euros e em parceria com a Organização Mundial de Saúde (OMS) Europa.
Três advogados que representaram o líder da oposição russa Alexei Navalny, que morreu na cadeia em 2023, foram condenados hoje a penas de prisão na Rússia.
A primeira libertação de reféns israelitas no âmbito do acordo de cessar-fogo com o grupo islamita Hamas está agendada para domingo, anunciou hoje o Governo de Telavive.
O juiz do Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro Alexandre de Moraes negou hoje um pedido do ex-Presidente Jair Bolsonaro para recuperar o seu passaporte e viajar para os Estados Unidos, onde pretendia assistir à posse de Donald Trump.
A Comissão Europeia indicou hoje não ter "qualquer intenção" de suspender atividades das plataformas digitais -- como o X ou o TikTok -- na União Europeia (UE), apesar do processo sobre riscos eleitorais, vincando que isso seria o "último recurso".
A Human Rights Watch (HRW) apontou hoje como pontos críticos em Angola a fome que atinge uma em cada quatro crianças, a brutalidade policial e leis que violam direitos humanos, conclusões que constam no seu relatório sobre 2024.
Os esforços do líder chinês, Xi Jinping, para centralizar o poder resultaram no aumento da repressão em todo o país, com impacto mais severo nas regiões do Tibete e Xinjiang, afirmou hoje a organização Observatório dos Direitos Humanos (ODH).
A inflação na Argentina chegou a 117,8% em 2024, a mais alta da América Latina, mas desceu 94 pontos em relação a 2023, tornando-se a principal bandeira do Presidente, Javier Milei, mas a valorização da moeda preocupa economistas.