Entre as despedidas estavam duas trabalhadoras que desempenhavam funções no Parlamento Europeu e outras duas que geriam redes sociais do partido. Estas mulheres tinham filhos de apenas 2 e 9 meses e ainda estavam a amamentar. Um quinto caso envolveu uma funcionária com um filho de 11 meses.
Os despedimentos terão ocorrido sem o parecer prévio da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), obrigatório em situações deste tipo.
O caso ganhou ainda mais repercussão após o testemunho de Érica Postiço, uma das trabalhadoras afetadas. Através da rede social X (antigo Twitter), Érica revelou que foi despedida em 2022, por telefone, quando tinha uma filha de 9 meses, enquanto trabalhava na sede nacional do partido.
A ex-funcionária explicou ainda que lhe foi apresentado um “falso contrato de trabalho a termo”, válido apenas até ao final de 2022. Apesar das suas reservas, acabou por assiná-lo, mas confessou arrependimento: “Arrependo-me até hoje, mas a verdade é que assinei quando queria ir para o Tribunal de Trabalho. Também eu fui hipócrita.”
As denúncias geraram fortes críticas contra o Bloco de Esquerda, um partido que se apresenta como defensor dos direitos das mulheres, as acusações de hipocrisia têm ecoado até entre os seus próprios militantes.
“Das feministas do Bloco não ouvi uma palavra de solidariedade”, lamentou Érica, referindo-se à falta de apoio interno.
O caso tem sido acompanhado por denúncias adicionais de alegados despedimentos ilícitos no partido, segundo apurou o jornal Expresso.