Doméstica acusada de roubar casa de idosos no Porto confessa crimes

A empregada doméstica acusada de roubar, juntamente com dois homens, os ex-patrões "já de idade" admitiu hoje os crimes em tribunal, no Porto, salientando que pediu "por tudo" para "não fazerem mal" a ninguém, mas o idoso acabou ferido.

© DR

A testemunhar perante o coletivo de juízes durante o julgamento, que começou hoje no Tribunal de S. João Novo, no Porto, a mulher, de 53 anos, admitiu que já antes tinha furtado da casa e vendido pelo menos duas alianças em ouro, negando ter vendido outras joias, como consta na acusação.

Segundo defende o Ministério Público (MP), “em conjugação de esforços e vontade”, os três arguidos engendraram um plano para assaltar a casa do casal de idosos [no concelho do Porto] para o qual tinha trabalhado durante alguns meses, fazendo uso de uma cópia da chave da habitação que a arguida teria feito antes de ser despedida.

Os três estão acusados de um crime de roubo agravado em coautoria, sendo que a mulher está também acusada de furto, e os dois arguidos, de 24 e 22 anos, que respondem ao julgamento em prisão preventiva, estão ainda acusados de abuso de cartão de garantia.

A acusação refere que, no dia 11 de março de 2024, os dois homens, “fazendo uso das chaves de acesso ao prédio e à respetiva habitação, entrariam na residência (…) para daí subtraírem o dinheiro e bens de valor que conseguissem transportar consigo, ainda que para concretizarem os seus intentos os arguidos tivessem que usar de violência para com os residentes nesse local”.

No entanto, o idoso necessitou de receber assistência médica “por sofrer trauma na região do maciço facial, sangramento na cavidade oral, hemorragia subdural com laceração da língua, onde ficou internado durante dois dias em que foi sujeito a diversos tratamentos, exames médicos, medicação, sutura hemostática, vigilância, observação e avaliação em neurocirurgia, otorrinolaringologia, neurologia, cirurgia maxilofacial e estomatologia”.

“Eu admito algumas das coisas, mas não todas. Não roubei e vendi as peças que diz aí, nem foi por esse dinheiro”, disse a mulher, que garantiu que se “arrependeu logo” de ter levado os arguidos até à habitação dos idosos.

“Mal eles entraram arrependi-me”, disse, confessando, no entanto, que ficou com a parte do espólio que os dois lhe entregaram.

Questionada sobre se sabia ou podia prever que o casal ia, ou podia, ser agredido, a mulher disse que não: “Pedi-lhes por tudo para não lhes fazerem mal. Foi o que mais pedi”.

Já um dos arguidos, que pediu para não testemunhar na presença do outro arguido, não se importando com a presença da arguida, disse que “não sabia” ao que ia.

“Ele [o outro arguido] ligou-me a dizer que tinha um negócio de 20 mil euros e ouro e eu fui. Não sabia o que era”, afirmou, acrescentando: “Eu só o conhecia do Instagram. Só quando entrámos na casa é que percebi e entrei em pânico”.

Admitiu, no entanto, que ainda assim furtou 500 euros e um relógio que estavam num dos quartos da habitação.

Segundo este arguido, foi o outro homem que agrediu o idoso: “Ouvi gritar, fui ao outro quarto onde eles estavam e vi-o a bater no homem, que já estava no chão a sangrar. Botei-lhe a mão para ele parar, mas ele soltou-se e continuou. Depois eu fui embora e ele veio atrás de mim e trouxe uma carteira com cartões que tinha encontrado naquele quarto”.

Este arguido contou que foram, depois, ter com a arguida, que tinha ficado na rua a vigiar, e “dividiram os 500 euros” e ficou a arguida com o relógio.

“Os cartões ficaram com ele [o outro arguido]. Eu não usei cartão nenhum”, referiu.

O terceiro arguido, o ofendido e as testemunhas vão ser ouvidos na próxima sessão o julgamento, marcado para dia 27.

Últimas do País

O Tribunal Judicial de Leiria condenou hoje um homem a 22 anos de prisão pelo crime de homicídio qualificado da mulher, em maio de 2024, no concelho de Porto de Mós.
Cerca de 1.700 quilogramas de haxixe, lançados ao mar por tripulantes de uma embarcação de alta velocidade, que fugiram, foram hoje apreendidos no Rio Guadiana, numa operação das polícias portuguesas e espanholas, informou a GNR.
O Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) rejeitou hoje que a greve na CP tenha motivações políticas e responsabilizou o Governo pelo transtorno causado às populações, por não cumprir um acordo negociado.
Portugal é o sexto país europeu com maior número de casos de mpox no período 2022-2025, indica o último boletim sobre a doença divulgado na página do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC).
O Governo alargou até final de junho o prazo para pagamento do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) devido a “constrangimentos técnicos” associados ao “apagão” que atrasaram o envio de muitas notas de cobrança pela Autoridade Tributária (AT).
As escolas privadas querem ter mais liberdade para desenhar os seus currículos e para contratar licenciados de outras áreas, revelou a associação representativa do setor, explicando que estes futuros professores teriam formação pedagógica nos próprios colégios.
A adesão ao segundo dia de greve dos trabalhadores da CP - Comboios de Portugal era às 07:30 de 100%, com toda a circulação parada, disse à Lusa fonte sindical.
Os dois detidos na terça-feira no âmbito da operação SKYS4ALL, que investiga uma alegada rede de tráfico internacional de droga por via aérea e em que o cantor Nininho Vaz Maia foi constituído arguido, saíram hoje em liberdade.
Cerca de 241 mil eleitores inscreveram-se até às 8h00 de quarta-feira na modalidade de voto antecipado em mobilidade, segundo a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna (SGMAI).
O alegado grupo criminoso organizado detido na terça-feira terá auxiliado milhares de imigrantes ilegais com a ajuda de “uma toupeira” no Ministério dos Negócios Estrangeiros, revelou hoje o diretor da Polícia Judiciária (PJ) do Centro.