A informação consta no documento preliminar do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) apresentado esta segunda-feira durante a reunião do Conselho Superior de Segurança Interna, e a que a Lusa teve acesso, e alerta para conteúdos autoproduzidos por jovens entre os 12 e os 16 anos.
A produção destes conteúdos tem como objetivo a sua venda através da partilha em grupos de ‘WhatsApp’, que são criados para distribuir também ponografia de adultos e conteúdos de violência extrema, incluindo violência praticada contra crianças, revela o documento preliminar.
O RASI adianta ainda que as investigações das autoridades conseguiram identificar, no ano passado, crianças entre os 10 e os 13 anos como responsáveis pela criação destes grupos onde é partilhada informação e cuja sua partilha, só por si, já constitui crime. Estes casos foram, lê-se no documento, enviados para os tribunais de família e menores, uma vez que as crianças e jovens identificados são menores de idade.
Esta informação surge no capítulo do RASI dedicado à exploração de menores ‘online’, que está incluído na criminalidade informática. A exploração de menores ‘online’, detalha ainda o RASI, continua a ser uma das prioridades a nível europeu.
No ano passado, as autoridades identificaram uma elevada prevalência da distribuição de pornografia em redes como ‘Instagram’, ‘YouTube’, ‘Facebook’, ‘WhatsApp’, ‘Telegram’ e ‘Google Drive’, assim como a partilha de conteúdos de abuso e exploração sexual de crianças através da ‘darknet’.