Governo italiano autoriza oferta pública de aquisição do UniCredit sobre o BPM

O Governo italiano vai permitir que a oferta pública de aquisição (OPA) do Banco BPM pela UniCredit avance, desde que sejam cumpridas algumas condições, de acordo com um comunicado divulgado esta sexta-feira à noite.

© D.R.

Na sequência de uma análise aprofundada, o gabinete da primeira-ministra Giorgia Meloni decidiu “em defesa dos interesses estratégicos e da segurança nacional” colocar algumas condições à aquisição de 13 mil milhões de euros, antes de a autorizar a avançar, informou o Governo italiano, sem fornecer pormenores sobre as condições.

O UniCredit, presidido por Andrea Orcel, lançou a OPA no final do ano passado, desorganizando os planos de Meloni de criar um terceiro grande conglomerado bancário no país, através da fusão do Banco BPM com o Banca Monte dei Paschi di Siena.

As autoridades de Roma deram desde cedo a entender que tinham pouca margem de manobra para bloquear o negócio, apesar de não esconderem uma forte oposição política.

A Itália conclui assim o processo especial que permite às autoridades bloquear ou impor condições a transações que envolvam ativos estratégicos ao abrigo das chamadas regras da “Golden Share”, depois de uma revisão iniciada em janeiro.

O UniCredit revelou, entretanto, que recebeu uma cópia da aprovação. A Itália pode pedir restrições ao negócio do UniCredit na Rússia, para manter estável o rácio empréstimos/depósitos do BPM, bem como para manter os seus níveis de financiamento de projectos, informou a Bloomberg no início desta semana.

“A oferta é aprovada com prescrições”, anunciou o UniCredit através de um comunicado, em que acrescenta que “vai avaliar a viabilidade e o impacto das prescrições sobre a empresa, os seus acionistas e a operação de fusões e aquisições associada, contactando, se necessário, as autoridades competentes”.

Roma autorizou recentemente, sem condições, a oferta pública de aquisição da Mediobanca pelo Banca Monte dei Paschi di Siena e a aquisição da Anima Holding pelo Banco BPM.

A OPA do UniCredit sobre o BPM foi anunciada no início de abril, no mesmo dia em que foi revelada a autorização dada pelo Banco Central Europeu ao Crédit Agricole para comprar 19,9% do BPM, de já era o maior acionista.

A operação está prevista para arrancar no próximo dia 28.

Últimas de Economia

O preço da carne de novilho não para de subir e já pesa no bolso dos portugueses. Em apenas dois anos, o quilo ficou 5 a 6 euros mais caro, um aumento de quase 100%, impulsionado pela guerra na Ucrânia e pela alta dos cereais que alimentam o gado.
As três maiores empresas do setor energético exigem a devolução de milhões de euros pagos ao Estado através da Contribuição Extraordinária sobre o Setor Energético (CESE), um imposto criado para financiar a redução da dívida tarifária e apoiar políticas ambientais, mas que, segundo o tribunal, foi aplicado de forma ilegal no setor do gás natural.
As exportações de bens aumentaram 14,3% e as importações subiram 9,4% em setembro, em termos homólogos, acumulando um crescimento de 1,9% e 6,5% desde o início do ano, divulgou hoje o INE.
O valor médio para arrendar um quarto em Lisboa ou no Porto ultrapassa metade do salário mínimo nacional. Perante a escalada dos preços e orçamentos familiares cada vez mais apertados, multiplicam-se as soluções alternativas de pousadas a conventos, para quem procura um teto a preços mais acessíveis.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que Portugal deve optar por reduzir as isenções fiscais e melhorar a eficiência da despesa pública para manter o equilíbrio orçamental em 2026, devido ao impacto das descidas do IRS e IRC.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai pedir um reforço em 250 milhões de euros da garantia pública a que pode aceder para crédito à habitação para jovens, disse hoje o presidente executivo em conferência de imprensa.
O índice de preços dos óleos vegetais da FAO foi o único a registar um aumento em outubro, contrariando a tendência de descida generalizada nos mercados internacionais de bens alimentares. O indicador subiu 0,9% face a setembro, atingindo o nível mais elevado desde julho de 2022, segundo o relatório mensal divulgado pela organização.
Apesar de o número total de empresas criadas em Portugal até setembro ter aumentado 3,7% face ao mesmo período de 2024, mais 1.636 novas constituições, atingindo o valor mais elevado dos últimos 20 anos, os dados do Barómetro da Informa D&B revelam sinais de desaceleração em vários setores e regiões do país.
Os custos de construção de habitação nova aumentaram 4,8% em setembro, face ao mesmo mês de 2024, com a mão-de-obra a subir 8,8% e os materiais 1,4%, segundo dados do INE hoje divulgados.
A ministra do Trabalho afirmou hoje, no parlamento, que as pensões mais baixas deverão ter um aumento de 2,79% em 2026 e que a atribuição de um suplemento extraordinário dependerá da folga orçamental.