GOVERNO E SIRESP VOLTAM A FALHAR EM PORTUGAL

O país e os portugueses foram abandonados por causa da “desorientação e inação” do Governo. Quando era necessário dar respostas e “assegurar a segurança nacional”, a Proteção Civil tardou e Montenegro copiou.

© LUSA/MIGUEL A. LOPES

Foi por volta das 11h33, de segunda-feira, que Portugal ficou às escuras. Não havia eletricidade, nem rede móvel ou informações claras sobre o que se passava. Em algumas habitações, até a água faltou. O país enfrentou um apagão de grandes proporções que afetou cerca de 93% dos consumidores. O incidente expôs fragilidades sérias nas infraestruturas críticas e, para o presidente do CHEGA, foi prova da “desorientação e inação” do Governo liderado por Luís Montenegro.
“Em primeiro lugar, acho importante saudar as pessoas que lideram com esta situação de forma muito resiliente, quer nos hospitais, quer na rua. Contudo, não devemos deixar passar, aquilo que foi um conjunto de falhas, que considero importantes de revelar, como os avisos que a Proteção Civil deveria ter enviado mais cedo. Foi uma tremenda desorientação e inação do Governo que falhou na forma como comunicou com o país”, começou por dizer André Ventura, em declarações à CNN Portugal.
O líder do CHEGA acusou o primeiro-ministro em funções de viver “num mundo completamente à parte” e de não assumir responsabilidades políticas pela situação. “Um primeiro-ministro devia dizer que estão a fazer os possíveis para que a energia seja reposta e que a segurança nacional não está em causa. Caso eu fosse primeiro-ministro a minha indicação seria que todo o país deveria ter recebido uma mensagem mais cedo da Ptroteção Civil e não cerca de oito horas depois do apagão. A Proteção Civil existe para momentos de crise e tem de ter meios para enviar rapidamente uma mensagem para as pessoas”, reforçou. O apagão teve origem numa falha na rede elétrica espanhola, que interrompeu o fornecimento de energia a Portugal, então dependente em cerca de 30% da eletricidade importada de Espanha. A falta de alternativas e a ausência de resposta rápida agravaram a situação, deixando milhões sem eletricidade durante horas.
“Foi um ‘salve-se quem puder’ em muitos casos no país, principalmente para quem vive em zonas menos povoadas, que careciam de uma mensagem rápida do Governo, pois ficaram expostos à desinformação. Temos instituições que nos ajudam a tornar mais resilientes, não para ficarmos entregues a nós próprios e à nossa sorte. Para isso, não precisávamos de estar a gastar milhões com essas instituições”, criticou Ventura.
A situação foi especialmente crítica em Lisboa, onde o aeroporto da capital enfrentou cancelamentos e atrasos significativos, com cerca de 30 voos afetados. Além disso, Montenegro solicitou à Agência para a Cooperação de Reguladores de Energia da União Europeia uma auditoria urgente para investigar as causas do apagão e anunciou a criação de uma comissão técnica independente para estudar como evitar falhas semelhantes no futuro. Para o ainda primeiro-ministro, o sistema integrado de redes de emergência, SIRESP, apresentou falhas em diversos comandos da Polícia de Segurança Pública, dificultando a comunicação em momentos críticos. “O SIRESP? 770 milhões de euros foi o que já gastámos com o SIRESP desde a sua instalação.
Em 2017, quando os grandes incêndios devastaram em Portugal morreram dezenas de pessoas. Garantiram que o SIRESP não voltaria a falhar. Metemos lá centenas de milhões de euros e agora volta a falhar? Falhou com António Costa, agora falha com Luís Montenegro.
Mas como é que gastamos 770 milhões de euros e temos um sistema que não funciona?”, questionou Ventura. O CHEGA solicitou uma auditoria urgente para apurar as causas do apagão que afetou Portugal e parte da Península Ibérica. “Precisamos de uma auditoria completa ao que aconteceu, perceber onde é que falhámos e perceber onde é que não podemos voltar a falhar” para poder assegurar aos portugueses que “não vai voltar a acontecer”, afirmou.
Em declarações à comunicação social, Ventura afirmou que o apagão expôs a “dependência excessiva de Portugal em relação à energia importada” e criticou a falta de preparação para situações de emergência. Nesta linha, o líder do CHEGA exigiu responsabilidades políticas e anunciou que o partido irá propor a criação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o incidente.
Ventura apontou a privatização de infraestruturas estratégicas, como a REN (Redes Energéticas Nacionais), como um fator que contribuiu para a vulnerabilidade do sistema energético português. Por essa razão, o CHEGA defende a renacionalização dessas infraestruturas para garantir maior controlo e segurança no fornecimento de energia. À medida que o país retoma a normalidade, espera-se que as investigações em curso forneçam
esclarecimentos sobre as causas do incidente e que medidas sejam implementadas para prevenir futuras crises. O CHEGA mantém-se firme na sua posição de exigir responsabilidades e transparência, prometendo continuar a pressionar o Governo para que tome as ações necessárias para garantir a segurança e o bem-estar dos cidadãos portugueses.

Últimas de Política Nacional

O CHEGA entregou esta sexta-feira, 7 de novembro, mais de 600 propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), no último dia do prazo definido pelo Parlamento, que coincidiu com o encerramento das audições na especialidade.
O partido liderado por André Ventura quer acabar com as portagens nas autoestradas para aliviar os custos das famílias e empresas, mas o ministro das Finanças rejeita a medida, defendendo que o princípio “utilizador-pagador” deve manter-se para proteger as contas públicas.
O CHEGA apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 que pretende reduzir e uniformizar a taxa de IVA aplicada ao setor da hotelaria e restauração, fixando-a em 13% para todos os serviços, incluindo bebidas alcoólicas e refrigerantes.
O CHEGA passou a integrar o executivo da Câmara Municipal de Sintra, na sequência de um acordo político que o presidente da autarquia, Marco Almeida, considera ser “um sinal de respeito pela vontade democrática dos sintrenses”.
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, revelou ter investido 637.239,59 euros na construção da sua habitação em Espinho, entre 2016 e 2021. Este montante não inclui os 100 mil euros aplicados em 2015 na compra do terreno onde o imóvel viria a ser edificado.
O prazo de entrega para propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) termina hoje, dia que marca também o final das audições na especialidade no parlamento.
A Câmara aprovou a nomeação de Rui Emanuel Moreira da Rocha para o conselho de administração dos SMAS, por proposta do presidente socialista Fernando Ferreira.
Isaltino Morais inaugurou o seu terceiro mandato em Oeiras com uma gala de posse de quase 75 mil euros, realizada na Cidade do Futebol e paga com dinheiro público. A cerimónia, digna de evento corporativo, levantou dúvidas sobre a legalidade do contrato relâmpago com a FPF Events.
A morte de Umo Cani e da sua filha recém-nascida no Hospital Amadora-Sintra tornou-se o símbolo do caos no SNS. Entre falhas informáticas, demissões e promessas adiadas, a ministra da Saúde recusa abandonar o cargo. Do outro lado, André Ventura dispara contra o Governo, exigindo responsabilidades políticas e denunciando o “abandono dos portugueses pelo Estado”.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) considerou, esta quinta-feira, que os cartazes da campanha presidencial de André Ventura, com as mensagens 'Isto não é o Bangladesh' e 'Os ciganos têm de cumprir a lei', não configuram qualquer “ilícito eleitoral”.