Associação alerta que “tudo ficará na mesma” se só for substituído o SIRESP

A Associação de Proteção Civil (APROSOC) alertou hoje que “se apenas” for substituída a rede SIRESP “tudo ficará na mesma” e afirmou que “não há sistema que resista a tanta inépcia governativa e administrativa”.

© Facebook da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil

“O Governo pode substituir o que bem lhe aprouver, contudo, a APROSOC pode garantir ao país que se apenas substituir o sistema tudo ficará na mesma”, referiu a associação num comunicado hoje divulgado.

Depois de ter falhado na segunda-feira durante o apagão, o Governo anunciou na sexta-feira a criação de uma equipa “de trabalho técnica e multissetorial” para “a substituição urgente” da rede SIRESP, devendo apresentar resultados no prazo máximo de 90 dias.

De acordo com a APROSOC, o que tem falhado são “os sucessivos governos” desde a implementação do SIRESP [Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal].

“As soluções já por nós foram inúmeras vezes apontadas, mas além de não consideradas, do pouco que foi feito os sucessivos Governos faltaram reiteradamente à verdade sobre a dimensão quer da ação quer da manutenção do problema. Continuamos a conhecer a solução, porque conhecemos de perto os problemas”, indicou.

A associação salientou que “não foi por falta de capacidade de investimento que não se resolveu o problema das radiocomunicações de segurança e emergência”, mas sim “por excesso de interesses instalados”, que “deveria ser um caso judicial”.

“Investiu-se até muito mais do que era necessário para resolver o problema, desde logo com a ligação via satélite só para não se admitir que a passagem nos ‘mini link’ da PT [Portugal Telecom] para a fibra ótica tinha sido uma burla da então administração liderada por Zeinal Bava”, acusou.

A APROSOC sublinhou que um sistema de comunicações de emergência precisa de cobertura territorial, capacidade de tráfego, interligação seletiva, autonomia de alimentação e manutenção.

Para a associação, o apagão mostrou “repetidores inoperacionais”, falta de formação de “todo o pessoal operacional”, problemas de difusão de recomendações de autoproteção, incapacidade de articulação da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e os Serviços Municipais de Proteção Civil (SMPC) e inexistência de equipamentos de radioamador, PMR446 e da Banda do Cidadão nos SMPC.

A rede de comunicações SIRESP tem sido marcada por várias polémicas desde que foi criada, tendo sofrido as maiores alterações após as falhas no combate aos incêndios de 2017, mas voltou a ter limitações no apagão desta semana.

Depois de várias alterações e de centenas de milhões de euros investidos, o SIRESP, a rede de comunicações de emergência do Estado, voltou a falhar num momento crítico como foi na segunda-feira com um apagão geral de energia, em que as dificuldades de acesso à rede foram sentidas nas forças de segurança, bombeiros e INEM.

A rede SIRESP é a rede de comunicações exclusiva do Estado português para o comando, controlo e coordenação de comunicações em todas as situações de emergência e segurança, responde às necessidades dos mais de 40.000 utilizadores e suporta anualmente um número superior a 35 milhões de chamadas.

Últimas do País

O Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC) da Madeira voltou hoje a recomendar a adoção de medidas preventivas devido à passagem da depressão Cláudia no arquipélago, prevendo-se um agravamento das condições meteorológicas até domingo.
A Polícia Judiciária (PJ) apresentou esta sexta-feira, em Coimbra, uma nova campanha de sensibilização para os riscos no ambiente digital, revelando que 11,5% dos jovens que participaram em sessões de prevenção afirmam ter sido vítimas de cibercrime.
As exportações de vinho português atingiram 696,1 milhões de euros no terceiro trimestre, mantendo-se estáveis face ao mesmo período do ano passado, segundo dados da ViniPortugal hoje divulgados.
O antigo Hotel Nave, no Porto, permanece abandonado e tem vindo a ser ocupado de forma irregular por imigrantes que procuram um local para passar a noite. O edifício, que funcionou durante cerca de 60 anos como unidade hoteleira, encontra-se entaipado, degradado e sem condições de segurança.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem de 29 anos por, alegadamente, ter tentado matar outro com uma arma em julho, em Matosinhos, no distrito do Porto, anunciou hoje esta força policial.
O Agrupamento de Escolas de Souselo, em Cinfães, abriu um inquérito interno para apurar em que situação um aluno da escola de Fonte Coberta perdeu as pontas de dois dedos, revelou hoje à agência Lusa o seu diretor.
Dois serviços de urgência de obstetrícia e ginecologia vão estar fechados no sábado, enquanto no domingo estará encerrada uma urgência obstétrica, de acordo com o Portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Portugal continental registou, entre as 14h00 de quarta-feira e as 11h00 de hoje, um total de 2.434 ocorrências relacionadas com a situação meteorológica adversa, sobretudo inundações, que provocaram duas mortes e 32 pessoas deslocadas, revelou a Proteção Civil.
Portugal destaca-se entre os países com uma estrutura demográfica mais envelhecida, mas contrasta violentamente com a sua capacidade de resposta: há insuficiência de camas e de profissionais especializados para cuidar da população sénior, alerta o jornal Público.
O Ferrari 488 GTB apreendido a Bruce Teixeira, conhecido como “Bruce de Francos”, não ficará afinal na posse do Estado. Apesar de o veículo estar ao serviço da PSP desde julho, pintado com as cores e insígnias da polícia, o Tribunal do Porto decidiu que deve ser restituído ao seu verdadeiro proprietário, segundo apurou o JN.