IMT defende maior autonomia energética das gestoras de infraestruturas críticas

A integridade das infraestruturas de transporte terrestre e fluvial não esteve nunca comprometida durante o "apagão", concluiu o IMT, mas alerta para a necessidade de um grau de segurança de autonomia energética mínima nas entidades gestoras de infraestruturas críticas.

©️ LUSA/ ANTÓNIO PEDRO SANTOS

No relatório entregue ao Ministério das Infraestruturas e Habitação sobre os impactos do ‘apagão’ de 28 de abril, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) – que auscultou 31 entidades – concluiu que a “integridade das infraestruturas de transporte terrestre e fluvial não esteve, em nenhum momento, comprometida, apesar das perturbações registadas, em particular, no setor ferroviário e na circulação dos três sistemas de metropolitano”.

Segundo um comunicado divulgado hoje pelo ministério de Miguel Pinto Luz, o impacto no setor ferroviário, “foi aligeirado” pela greve da CP, cuja frota de comboios estava 100% parada.

Já nas três infraestruturas de metropolitano (Lisboa, Porto e Sul do Tejo) e na rede ferroviária nacional, a falha de energia elétrica de tração durante o apagão provocou a imobilização de 93 composições, 80 nos metropolitanos e 13 na ferrovia (dos quais sete de passageiros e seis de mercadorias).

Nas recomendações dirigidas ao Governo no relatório que efetuou, o IMT alerta para a necessidade de assumir “um grau de segurança de autonomia energética mínima das entidades que operam infraestruturas críticas e serviços essenciais”, considerando que esta medida deve aplicar-se igualmente às infraestruturas de transportes.

Defende ainda que sejam definidos planos e protocolos de reposição, calendarizada e priorizada, de reabastecimento de combustível para quando for ultrapassado esse tempo mínimo de autonomia.

No relatório agora entregue, o instituto considera também ser “absolutamente necessário que a rede elétrica seja mais resiliente em termos de tempo de reposição de serviço”, assim como as comunicações GSM devem ser “mais resilientes em termos de funcionamento autónomo, com energia socorrida”, dada a identificada “dependência crítica” de energia elétrica e de comunicações móveis.

Ainda defendida pelo IMT é a “revisão do perímetro de pontos focais de gestores de infraestruturas de transporte rodoviário, ferroviário e fluvial” no Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON) da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), após convocatória por sistema de comunicações convencional e de emergência, para ‘briefings’ operacionais do CCON.

O objetivo é agilizar comunicações com as autoridades e efetuar um ponto de situação.

No comunicado hoje divulgado, o Ministério das Infraestruturas e Habitação divulgou ainda as conclusões e recomendações apresentadas pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) e Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) nos respetivos relatórios sobre o impacto do ‘apagão’ elétrico que afetou Portugal em Espanha em 28 de abril.

Últimas de Economia

A remuneração dos novos depósitos a prazo dos particulares caiu em junho pelo 18.º mês consecutivo, para 1,43%, atingindo o valor mais baixo desde maio de 2023, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).
A taxa de inflação aumentou em julho para 2,6%, alargando-se a diferença no índice de preços face ao registado em junho em termos homólogos, segundo a estimativa provisória divulgada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O ritmo de crescimento da receita do Estado com impostos acelerou em junho, elevando a cobrança do primeiro semestre para 28.538,1 milhões de euros, mais 22% do que no período homólogo, segundo dados desta quarta-feira da Entidade Orçamental.
O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) acusa a TAP de "sabotar a greve" na SPdH/Menzies (antiga Groundforce) substituindo ilegalmente grevistas com técnicos de manutenção da transportadora, mas esta garante estar a atuar "no estrito cumprimento da lei".
A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) aplicou uma coima global de 175.000 euros em cinco processos de contraordenação por violação dos deveres dos auditores e de prevenção de branqueamento de capitais.
A economia alemã contraiu-se 0,1% no segundo trimestre em relação aos três meses anteriores, de acordo com o dado preliminar da evolução do PIB alemão publicado hoje pela agência federal de estatísticas (Destatis).
O Tribunal de Contas (TdC) concluiu que a Unidade Local de Saúde de Lisboa Ocidental (ULSLO) violou a lei em três ajustes diretos, mas decidiu não sancionar o conselho de administração responsável.
As exportações de bens caíram 1,3% no segundo trimestre, recuando pela primeira vez num ano, e as importações aumentaram 6,4%, em termos nominais e face ao período homólogo, segundo a estimativa rápida divulgada hoje pelo INE.
A Comissão Europeia prevê, que os mercados agrícolas da União Europeia (UE) cresçam 1,1% este ano e 1,5% em 2026, antecipando uma quebra histórica no vinho, incluindo de 8% em Portugal, e recuperação no azeite.
O valor mediano de avaliação bancária na habitação foi 1.911 euros por metro quadrado em junho, mais 18,1% que no mesmo mês de 2024, contra 17,1% em maio, anunciou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).