“O Irão não deve ter armas nucleares. Acho que esse é um consenso que qualquer europeu, seja ele português, espanhol, francês, italiano, britânico, deve ter, a Europa não deve permitir que o Irão tenha armas nucleares”, afirmou.
O líder do CHEGA, que falava aos jornalistas antes de uma reunião com a União de Associações do Comércio e Serviços (UACS), em Lisboa, disse compreender que “Israel, que é a única democracia do Médio Oriente, também não queira que o Irão tenha armas nucleares”.
“Isto não quer dizer que Israel possa fazer o que entender e que Israel possa levar a cabo as ações que entende sobre esta matéria. Tem que haver controlo, a Europa deve ter um papel de defesa do direito internacional, da paz, mas isto é uma coisa, outra é compreender que às vezes a força tem que ser a melhor garantia da paz”, sustentou, considerando que os líderes do Irão “só são sensíveis a isso”.
Ventura afirmou que “Portugal fez bem em contribuir, dentro do seu espetro, para uma ação concertada internacional que impeça o Irão de ter armas nucleares”, devendo ao mesmo tempo “ter uma voz ativa, sobretudo no quadro europeu, para impedir que Israel possa fazer o que entender”.
O Presidente do CHEGA referia-se à presença de 12 aviões reabastecedores dos EUA na Base das Lajes, Açores. No domingo, o Ministério da Defesa Nacional indicou que se tratam de “aviões de reabastecimento aéreo”, não se tratando de meios aéreos ofensivos.
“O que é importante é garantir que Portugal está alinhado com os seus aliados internacionais, com as potências ocidentais, e nós temos que saber muito bem de que lado estamos. Portugal está do lado das democracias ocidentais, Portugal está do lado das democracias que têm sido a sua referência diplomática nos últimos anos, não está do lado das tiranias, das ditaduras, daqueles que oprimem os direitos das minorias, das mulheres, da oposição política, como é o caso do Irão”, disse.
Não é possível “querer paz com cravos, poemas e conversa”, defendeu André Ventura, que aproveitou também para criticar a postura dos partidos de esquerda, que acusou de estarem “muito solidários com o Irão”.
A guerra entre Israel e o Irão foi desencadeada em meados de junho por bombardeamentos israelitas contra território iraniano, levando à retaliação de Teerão.
O conflito, que já fez centenas de mortos e feridos de ambos os lados, assumiu uma nova dimensão com os bombardeamentos pelos Estados Unidos de várias instalações nucleares iranianas, incluindo o complexo de Fordo.