O jornal cita na sua edição de hoje dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) que apontam para um novo máximo de 518 mortes em 2023, alavancando a taxa de mortalidade para 4,9 óbitos por 100 mil habitantes, o valor mais alto, desde pelo menos 2010, quando estava nos 1,1.
Em 2022 foram registadas 472 mortes (4,5%), em 2021 foram 398 (3,8%)e em 2020 foram 413 (4%).
Segundo os dados, 57% das mortes registadas dizem respeito a pessoas com mais de 85 anos, seguidos da faixa etária 75-84, com 28% das mortes.
De acordo com os dados do INE, seis em cada 10 óbitos foram mulheres.
“Nos maiores de 85 anos a taxa de mortalidade chegou aos 78,6/100 mil, sendo a segunda mais elevada nos 75-84 (16,6%), seguindo-se os bebés com menos de um ano (4,9), segundo o INE.
As mortes, segundo a listagem consultada pelo JN, são atribuídas a fontes de água insalubre ou a condições de saneamento e higiene deficientes ou inexistentes, entrando nesta codificação óbitos por cólera, febre tifoide, shigelose ou outras infeções intestinais bacterianas e doenças parasitárias.
O presidente da Associação Nacional dos Médicos de Saúde Pública, Bernardo Gomes, disse ao jornal ser “importante perceber se este fenómeno tem tradição territorial, nomeadamente em termos de padrões culturais de uso de água não controlada”.
Por sua vez, o hidrobiólogo Adriano Bordalo defendeu um trabalho conjunto dos ministérios da Saúde e do Ambiente que “pode levar ao desenho de ações de correção”.
“Se os estudos não foram feitos não conseguimos melhorar a saúde da nossa população”, disse.