Ventura saúda Aguiar-Branco por não ser “força de bloqueio”

O Presidente do CHEGA, André Ventura, congratulou-se hoje com a admissão do projeto do seu partido que prevê alterações à lei da nacionalidade e saudou o presidente da Assembleia da República por não ser uma "força de bloqueio".

© Folha Nacional

Em declarações aos jornalistas no parlamento, o líder do CHEGA considerou que esta questão teve um “desfecho positivo” e saudou a decisão de José Pedro Aguiar-Branco, defendendo que “marca um avanço positivo nesta discussão”.

“Tive a oportunidade de falar disso hoje com o presidente da Assembleia da República, dando-lhe nota disso, e o presidente da Assembleia da República garantindo também que não será essa força de bloqueio”, afirmou.

André Ventura considerou que “o parlamento deixa, finalmente, de se arvorar em decisor constitucional” e “deixa de ser uma espécie de antecâmara do Tribunal Constitucional”.

“O parlamento não é o Tribunal Constitucional. Há uma sessão e há um conjunto de mecanismos na especialidade que permitem avaliar os projetos e até sanar irregularidades se elas existirem e, por outro lado, há um Tribunal Constitucional que, no limite, se os projetos forem aprovados, pode ter várias formas de fiscalização, seja ela preventiva, seja ela sucessiva”, defendeu.

André Ventura disse que esta declaração tinha como objetivo “fazer uma reposição da verdade”, depois de na sexta-feira ter dito que o presidente do parlamento não tinha admitido o projeto de lei do CHEGA, apesar de naquele momento José Pedro Aguiar-Branco nada ter ainda decidido sobre essa matéria.

Na altura, o líder do CHEGA acusou o presidente da Assembleia da República de “bloquear” a ação política do seu partido. Hoje, disse que Aguiar-Branco teve “a atitude correta”.

O presidente da Assembleia da República decidiu admitir o projeto do CHEGA sobre alterações à lei da nacionalidade, embora colocando reservas de constitucionalidade, mas que entende poderem ser corrigidas no decurso do processo legislativo.

Este despacho surge depois de os serviços da Assembleia da República terem emitido um parecer não vinculativo relativo ao diploma do CHEGA, segundo o qual não deveria ser admitido por colidir com a Constituição, designadamente ao pretender assegurar a possibilidade de perda de nacionalidade em determinados casos.

André Ventura disse que o partido teve conhecimento desse parecer pelo gabinete de Aguiar-Branco, e considerou que “a comunicação feita pela via oficial do próprio presidente antevia ser essa a própria decisão final”.

O líder do CHEGA considerou que a admissão do diploma à discussão no parlamento “é um dado muito importante para as negociações” com o Governo.

Falando aos jornalistas pouco depois de um debate de urgência precisamente sobre nacionalidade e imigração, que contou com a presença do ministro da tutela, o Presidente do CHEGA afirmou que há “caminho aberto e uma maioria possível para que, independentemente das fórmulas que venham a ser encontradas, quem cometa crimes em Portugal, tendo obtido nacionalidade portuguesa, venha a perder a nacionalidade”.

Ventura voltou a dizer que o CHEGA está disponível para chegar “a fórmulas de algum consenso nesta matéria para resolver rapidamente o problema”, mas admitiu que este poderá ser um processo moroso.

“Eu diria que tínhamos condições, pelo menos antes do encerramento da sessão, para ter as ideias fundamentais fechadas e o processo legislativo praticamente encerrado, mesmo que formalmente ele fique um pouco adiado”, afirmou.

Últimas de Política Nacional

Afonso Camões apresentou esta terça-feira a demissão do cargo de mandatário distrital da candidatura de Henrique Gouveia e Melo, justificando a decisão com a necessidade de evitar “embaraços” ao ex-chefe da Marinha na corrida a Belém.
Portugal arrecadou 5,9 mil milhões de euros em impostos ambientais em 2024, alcançando o valor mais elevado de sempre e um crescimento de 4,2% face a 2023.
A sondagem ICS/ISCTE mostra Ventura a liderar nos atributos “líder forte” (22%) e “preocupação com as pessoas” (19%), superando os restantes candidatos.
Todos os autarcas do PSD que integraram o executivo da Junta de Freguesia de Fátima no mandato de 2017-2021 foram constituídos arguidos no âmbito do processo relativo às obras da Casa Mortuária de Fátima, estando acusados do crime de peculato.
O partido CHEGA alertou para os "graves prejuízos" causados pelo vírus da língua azul nas explorações de ovinos no Alentejo e questionou o Governo sobre medidas para travar a doença e apoios aos criadores.
Ribeiro e Castro, antigo líder do CDS e presidente da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, criticou duramente o Governo, afirmando sentir “embaraço” por ter votado AD.
As subvenções vitalícias atribuídas a antigos responsáveis políticos e ex-juízes do Tribunal Constitucional deverão representar um encargo de 10,57 milhões de euros em 2026, valor que traduz uma subida próxima de 19% face aos 8,9 milhões orçamentados para 2025. Trata-se da despesa mais elevada desde 2019.
André Ventura reafirmou que pretende usar a Presidência da República como ponto de partida para uma mudança profunda no país. Em entrevista com Pedro Santana Lopes, no programa Perceções e Realidades do NOW, o candidato presidencial apoiado pelo CHEGA afirmou já estar habituado a enfrentar “todos contra nós”.
O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, disse hoje, depois de visitar Marcelo Rebelo de Sousa no Hospital de São João, no Porto, onde o chefe de Estado foi operado, que não o vai substituir no cargo.
O Ministério Público questionou a alegada deslocação do antigo primeiro-ministro José Sócrates aos Emirados Árabes Unidos, admitindo que a viagem, a ter acontecido, poderá fazer parte de um plano de fuga e que as medidas de coação podem mudar.