Quase um terço dos trabalhos em Portugal são “para a vida”

Cerca de um terço dos trabalhos em Portugal são "antigos", ou seja, são desempenhados há 20 anos ou mais, de acordo com um estudo que será apresentado no Fórum do Banco Central Europeu (BCE), em Sintra.

© D.R.

Segundo o estudo elaborado por Benjamin Schoefer, estes empregos de longa duração são raros nos EUA, correspondendo a pouco menos de 9% dos trabalhos, mas chegam a ficar acima de 30% em alguns países europeus, como Grécia, Itália e Portugal.

Por outro lado, os EUA têm a maior fatia de empregos “jovens”, com 20% dos trabalhadores a afirmar que começaram a trabalhar há menos de um ano, sendo que nenhum país na Europa supera este ritmo de rotatividade do mercado de trabalho.

Neste ‘paper’, que será discutido numa sessão esta terça-feira, dia 01 de julho, no Fórum BCE, fala-se ainda dos contratos com termo certo, cuja utilização apresenta uma grande variação nos países europeus, mesmo dentro de “grupos de países”.

Estes contratos “são proeminentes na maioria dos países ‘Mediterrâneos’ (Portugal, Itália, Espanha e França) — mas menos na Grécia”, concluiu o investigador, enquanto dentro do ‘cluster’ ‘continental’ são um pouco menos utilizados na Áustria do que na Alemanha.

Já os países nórdicos “testemunharam um aumento nos contratos a termo certo, mesmo na Dinamarca, cujo sistema de ‘flexigurança’ [contração das palavras flexibilidade e segurança] talvez fosse esperado que acomodasse a rotatividade também nos contratos a termo incerto”.

O Fórum BCE é um evento de três dias que decorre de 30 de junho a 02 de julho em Sintra e junta algumas das principais figuras da política monetária, incluindo o presidente da Reserva Federal dos EUA, Jerome Powell, e o governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey.

Últimas de Economia

O valor médio para arrendar um quarto em Lisboa ou no Porto ultrapassa metade do salário mínimo nacional. Perante a escalada dos preços e orçamentos familiares cada vez mais apertados, multiplicam-se as soluções alternativas de pousadas a conventos, para quem procura um teto a preços mais acessíveis.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) defende que Portugal deve optar por reduzir as isenções fiscais e melhorar a eficiência da despesa pública para manter o equilíbrio orçamental em 2026, devido ao impacto das descidas do IRS e IRC.
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai pedir um reforço em 250 milhões de euros da garantia pública a que pode aceder para crédito à habitação para jovens, disse hoje o presidente executivo em conferência de imprensa.
O índice de preços dos óleos vegetais da FAO foi o único a registar um aumento em outubro, contrariando a tendência de descida generalizada nos mercados internacionais de bens alimentares. O indicador subiu 0,9% face a setembro, atingindo o nível mais elevado desde julho de 2022, segundo o relatório mensal divulgado pela organização.
Apesar de o número total de empresas criadas em Portugal até setembro ter aumentado 3,7% face ao mesmo período de 2024, mais 1.636 novas constituições, atingindo o valor mais elevado dos últimos 20 anos, os dados do Barómetro da Informa D&B revelam sinais de desaceleração em vários setores e regiões do país.
Os custos de construção de habitação nova aumentaram 4,8% em setembro, face ao mesmo mês de 2024, com a mão-de-obra a subir 8,8% e os materiais 1,4%, segundo dados do INE hoje divulgados.
A ministra do Trabalho afirmou hoje, no parlamento, que as pensões mais baixas deverão ter um aumento de 2,79% em 2026 e que a atribuição de um suplemento extraordinário dependerá da folga orçamental.
A EDP prevê investir cerca de 2,5 mil milhões de euros em Portugal no período 2026-2028, dos quais 1.700 milhões em redes de eletricidade, anunciou hoje o presidente executivo do grupo, Miguel Stilwell d’Andrade.
O Banco da Inglaterra decidiu hoje manter as taxas diretoras em 4%, o nível mais baixo em mais de dois anos, ao avaliar que as pressões inflacionistas persistem na economia britânica.
A presidente do Conselho das Finanças Públicas (CFP) alertou hoje que a perceção de risco da República francesa pode vir a contagiar uma economia como a portuguesa, pelo que não se deve estar "relaxado" face à situação orçamental.