Supremo proíbe acampamentos pró-Bolsonaro junto a instituições em Brasília

Um juiz brasileiro proibiu hoje acampamentos em defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro, indiciado por golpe de Estado, em frente às sedes dos três poderes, ministérios ou quartéis-generais das Forças Armadas, em Brasília.

©Facebook de Jair Bolsonaro

Ojuiz do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes tomou esta decisão depois de deputados pró-Bolsonaro terem acampado em frente ao STF para protestar contra as medidas cautelares impostas ao ex-presidente por alegadamente tentar obstruir o julgamento por tentativa de golpe de Estado.

O líder de direita usa, desde 18 de julho, uma pulseira eletrónica, é obrigado a passar as noites e os fins de semana em casa e está proibido de utilizar as redes sociais, de falar com outras pessoas sob investigação e de se aproximar de embaixadas.

Como forma de protesto, o deputado Hélio Lopes, que costuma acompanhar Bolsonaro nos eventos públicos, montou uma tenda em frente ao STF e colocou um gesso na boca enquanto carregava uma Bíblia.

“Enquanto calarem Bolsonaro, censurarem o povo e zombarem da nossa fé, eu resistirei, nem que seja em silêncio”, afirmou o deputado, numa publicação nas redes socais.

Outros deputados de direita que apoiam Bolsonaro, incluindo João Chrisóstomo, mais conhecido como ‘Coronel Chrisóstomo’, também se juntaram à manifestação.

O juiz Alexandre de Moraes ordenou ao governador de Brasília, Ibaneis Rocha, que pusesse fim ao acampamento, sob pena de prender os participantes, dado que, na sua opinião, podem estar a cometer uma “prática criminosa”.

Os manifestantes optaram por deixar a chamada Praça dos Três Poderes e mudarem-se para um ponto na Esplanada dos Ministérios, onde se encontram outros órgãos oficiais.

No entanto, Alexandre de Moraes emitiu esta madrugada uma nova decisão, na qual proibiu “qualquer acampamento num raio de 01 km da Praça dos Três Poderes, da Esplanada dos Ministérios e, obviamente, em frente ao quartel das Forças Armadas”.

O juiz decidiu “garantir a segurança pública” e “evitar novos atos criminosos semelhantes aos que ocorreram em 08 de janeiro de 2023”.

Naquele dia, milhares de simpatizantes de Bolsonaro invadiram e vandalizaram as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e da Presidência da República em busca de uma intervenção militar para derrubar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, empossado uma semana antes.

A acusação vê este episódio como o culminar de um plano golpista que usou meios violentos para anular as eleições de 2022, ganhas por Lula da Silva, e manter Bolsonaro no poder.

O ex-presidente brasileiro é acusado de liderar a conspiração e enfrenta uma possível pena de 40 anos de prisão.

Também está a ser investigado, juntamente com o filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, “por instigar” o governo dos EUA a impor sanções aos juízes do STF e ao próprio Brasil, numa tentativa de anular o julgamento.

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