Espanha continua com 14 fogos graves e centenas de desalojados

Espanha continua com 14 fogos preocupantes que mantêm desalojadas mais de 700 pessoas e confinadas outras mil, após semanas de "terríveis incêndios" cujo combate é neste momento favorável, mas lento, disse hoje a Proteção Civil espanhola.

PEDRO SARMENTO COSTA/LUSA

Os 14 incêndios ativos e preocupantes (classificados como de nível 2 numa escala que em Espanha vai de 0 a 4) situam-se em Castela e Leão (10), Astúrias (três) e Galiza (um), no norte e noroeste do país, disse a diretora-geral da Proteção Civil espanhola, Virigina Barcones, numa conferência de imprensa em Madrid.

É em Castela e Leão (região autónoma com fronteira com Portugal) que há 12 povoações desalojadas, afetando 711 pessoas, assim como 29 localidades com 1.060 habitantes confinados.

“A situação na Galiza tem uma melhoria muito notável, há também uma melhoria ligeira nas Astúrias, mas em Castela e Leão a situação continua complicada”, disse Virgina Barcones.

“O trabalho está a ser lento, mas está a ser favorável na maior parte dos incêndios”, acrescentou, realçando que as autoridades estão neste momento especialmente atentas à possibilidade de surgirem novos incêndios e aos reacendimentos.

Barcones realçou que nas últimas 24 horas e hoje as condições meteorológicas não são as mais favoráveis para a extinção dos incêndios, mas a previsão é de mudança e melhoria a partir de terça-feira.

Para já e durante o resto da semana, Espanha, e em especial as zonas afetadas pelos grandes fogos, continuam sob risco extremo de incêndio, com as reativações a causarem “muitíssimos problemas” nas últimas horas, disse Virginia Barcones, que sublinhou que estão em causa “terríveis incêndios com evolução muito agressiva e muito complexa”.

“Vimos como nos últimos dias incêndios que já estavam praticamente estabilizados se voltaram a reativar com toda a virulência”, afirmou.

A coordenação do combate aos incêndios e a tutela da proteção civil em Espanha é dos governos regionais, que podem pedir meios ao estado central e solicitar à Proteção Civil nacional que mobilize ajuda de outras comunidades autónomas.

A responsável salientou que os meios do Estado estão hoje nos 14 incêndios preocupantes e em 10 deles há equipas da Unidade Militar de Emergências (UME), uma força especial das Forças Armadas espanholas que atua em cenários de catástrofe.

Mantêm-se também em Espanha meios aéreos e terrestres, incluindo equipas de bombeiros, dos Países Baixos, República Checa, Eslováquia, Alemanha, Finlândia, França, Roménia, Grécia e Andorra.

Espanha ativou em 11 de agosto o mecanismo europeu de proteção civil e recebeu meios de nove países da União Europeia. Ao abrigo de protocolos bilaterais estiveram ainda a combater fogos em Espanha nas últimas semanas meios de Andorra e Portugal.

A Proteção Civil espanhola disse tratar-se do maior dispositivo de ajuda internacional que chegou a Espanha desde 1975.

Os fogos já queimaram cerca de 400 mil hectares em Espanha em 2025, um recorde anual no país, de acordo com os dados, ainda provisórios, do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), que tem registos comparáveis desde 2006.

Morreram nos incêndios em Espanha quatro pessoas e em agosto 34.770 foram, até agora, temporariamente desalojadas, acrescentou a Proteção Civil.

As forças policiais detiveram 46 pessoas nas últimas semanas por suspeitas de crimes relacionados com os fogos.

A deflagração e a propagação dos grandes incêndios deste ano em Espanha coincidiu com uma onde de calor de 16 dias, entre 03 e 18 de agosto, que a agência meteorológica nacional (Aemet) disse ter sido a mais severa e a terceira de maior duração de sempre no país.

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