Fenprof denuncia que mais um ano letivo começa com falta de professores

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) afirmou hoje, em audição parlamentar, que o ano letivo começou com 6.000 alunos do 1.º Ciclo sem professor, que provavelmente vão ser distribuídos por outras turmas.

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Os números foram avançados pelo secretário-geral da Fenprof, José Feliciano Costa, que confrontou os deputados sobre o risco de algumas disciplinas ficarem sem professores se nada for feito em tempo útil.

“Hoje estão ativos na contratação de escola mais de 1.300 horários, significa que não estão preenchidos”, acrescentou.

“O ministro referiu que há 20.000 candidatos, mas na verdade há 14.000”, disse o dirigente da Fenprof perante a comissão de Educação, no âmbito da discussão de uma petição, acompanhada de um abaixo-assinado, subscrito por 15.000 pessoas, pela valorização da carreira docente.

A Fenprof espera que a negociação do Estatuto da Carreira Docente comece este mês.

“Esta valorização já devia ter sido feita há muito. Continuamos preocupados”, afirmou.

Para os sindicatos da Fenprof, a prioridade é a estrutura da carreira, nomeadamente nos primeiros escalões, para atrair mais jovens para a profissão.

Também as quotas e as vagas em escalões superiores estão em cima da mesa da federação, para a qual é inconcebível ter um processo de avaliação de desempenho “estrangulado por um processo” que considera punitivo.

As condições de trabalho foram igualmente apresentadas como “muito importantes” pelos dirigentes sindicais que hoje levaram as preocupações dos professores ao parlamento.

“Há um conjunto de ilegalidades e de irregularidades nos horários de trabalho, que ultrapassam as 35 horas”, exemplificou José Feliciano Costa.

De acordo com o secretário-geral Francisco Gonçalves, dos 127.000 professores no quadro em dezembro, dois terços têm mais de 50 anos. Cerca de 4.000 docentes por ano vão aposentar-se nos próximos 15 a 20 anos, referiu.

“O número de entradas é manifestamente inferior, cerca de mil. Não cobre os 4.000”, indicou. Lisboa e Setúbal são as regiões onde se verifica uma maior carência de professores, seguidas de Leiria, Beja e Faro.

“O número de professores candidatos é o mais baixo de sempre”, sublinhou.

Em resposta às preocupações manifestadas pela estrutura sindical, a deputada do PSD Maria Inês Barroso reafirmou a intenção de rever e valorizar a carreira docente ao longo da legislatura, conforme programa do Governo.

O deputado do Chega Rui Cardoso optou por questionar a atividade sindical e profissional dos dirigentes da Fenprof, inclusive do ex-secretário-geral, Mário Nogueira, usando termos grosseiros e acusando-os de não trabalharem, o que levou a mesa a pedir que se fizesse juz ao nome da comissão para que os trabalhos pudessem decorrer com educação e urbanidade.

“Se fosse meu aluno punha-o na rua”, respondeu José Feliciano Costa na intervenção final, ao comentar a intervenção do Chega: “Conforme o senhor é deputado, está aí sentado, nunca lhe vou perguntar se alguma vez trabalhou na vida”.

Francisco Gonçalves esclareceu que dos quatro elementos da Fenprof hoje presentes na comissão, três dão aulas e o único que não está a dar aulas este ano, lecionou no ano passado.

“A Fenprof tem alguns dirigentes a tempo inteiro, quando isso é necessário, mas os outros dão aulas e estão nas escolas”, disse.

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