Grupo Hoti com hotéis em Lisboa e Monte Gordo travados há anos por disputas legais

A Hoti Hotéis aguarda há vários anos pelo desfecho de processos de investimento em dois projetos hoteleiros, um em Lisboa e outro em Monte Gordo, bloqueados por disputas legais e reviravoltas administrativas.

© D.R.

Questionado pela Lusa sobre resultados e o desenvolvimento do plano de investimento e expansão, o administrador do grupo Ricardo Gonçalves disse que o mesmo “está em execução tal como planeado”, nomeadamente com a conclusão da remodelação do hotel Tryp Lisboa Caparica Mar, de uma parte do hotel Madeira Golden Residence e o início das obras de remodelação no hotel Melia Ria.

Também já no segundo semestre, o grupo abriu ao público o novo hotel Melia São João da Madeira, “uma unidade de referência que resultou de um processo de candidatura ao Programa Revive promovido pelo Turismo de Portugal” e tem “em fase avançada de projeto de licenciamento e/ou de negociação com empresas de construção” os hotéis de Viana do Castelo, Porto, Aveiro e Luanda (Angola).

O grupo estimou, em janeiro, investimentos de cerca de 300 milhões de euros até 2028, dos quais 250 milhões na hotelaria e os restantes para a entrada no segmento residencial.

Confrontado com a evolução dos dois processos em impasse há anos em Monte Gordo, no Algarve, e no Largo do Rato, em Lisboa, o responsável explicou que “o ponto de situação é distinto”.

Em Lisboa, o projeto para um hotel no Largo do Rato tem “a licença de construção paga e levantada, as obras tiveram início e o Ministério Público moveu uma ação contra a autarquia de Lisboa em 2018 alegando vício no processo de aprovação”, recorda.

Desde então, as obras estão suspensas por ordem do Tribunal Administrativo de Lisboa, com Ricardo Gonçalves a lembrar que “já lá vão sete anos de espera, sem que tenha ainda ocorrido julgamento”.

Já no Algarve, o impasse está no projeto para o Hotel Melia Algarve, a ser construído em frente de mar na praia de Monte Gordo.

O início do projeto deu-se quando o Grupo Hoti venceu em 2016 um concurso público internacional promovido pela Câmara Municipal de Vila Real de Santo António para a construção da unidade hoteleira, tendo o processo de venda do terreno incluído, de acordo com a empresa, “pareceres favoráveis de todas as entidades competentes, incluindo a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDR-Algarve)”. A escritura foi formalizada no final desse ano.

“No início de 2017, a APA retira o parecer positivo e notifica a autarquia de que o projeto não pode ser licenciado, estando a decorrer no Tribunal Administrativo de Loulé uma ação movida pela autarquia de Vila Real de Santo António à APA, e nós como contraparte temos o dinheiro empatado e um problema de credibilidade para resolver com o nosso parceiro que é a Melia Hotels International”, conta o administrador.

Segundo Ricardo Gonçalves, o Grupo já propôs à autarquia várias opções para ultrapassar o problema, nomeadamente a possibilidade de lhes serem apresentadas outras localizações dentro do município com condições para a construção de um hotel com características similares.

“Passados oito anos, e dois mandatos autárquicos, continuamos sem perspetiva de materializar o investimento. Simplesmente inqualificável, falta de responsabilização da Agência Portuguesa do Ambiente e da autarquia, que continuam a atuar como se nada se passasse”, lamenta.

A Lusa enviou questões às autarquias de Lisboa e Monte Gordo, bem como aos tribunais administrativos da capital e de Loulé a questionar, nomeadamente, se equacionaram alternativas, os motivos da morosidade e se existiram avanços recentemente, e aguarda agora as respostas.

Últimas do País

O Instituto Nacional de Emergência Médica registou este ano 28 intoxicações por monóxido de carbono, mais 10 do que em todo o ano de 2024, e alertou, esta quinta-feira, para os riscos de braseiras, esquentadores e fogões em locais com pouca ventilação.
A idade da reforma deverá subir para os 66 anos e 11 meses em 2027, um aumento de dois meses face ao valor estabelecido para 2026, segundo os cálculos com base nos dados provisórios divulgados hoje pelo INE.
O número de pedidos para indemnizações por abusos sexuais na Igreja Católica aumentou para 93, disse hoje a coordenadora do Grupo VITA.
O Estado está a ser ultrapassado dentro da sua própria casa: cerca de 300 fogos públicos foram tomados ilegalmente e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) admite não ter mãos a medir. Lisboa lidera o caos, os despejos duplicam e a vigilância é impossível num património espalhado por 493 bairros.
O presidente da associação de médicos tarefeiros, que hoje se reuniu com o Ministério da Saúde, prevê entregar à tutela até ao final do ano as suas propostas para disciplinar a prestação de serviços nos hospitais públicos.
A Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) avalia os quase dois anos de expansão das Unidades Locais de Saúde (ULS) como “acidentados” num país onde as assimetrias criaram integração de cuidados “muito diferente nos vários locais”.
Elementos do Departamento de Investigação Criminal (DIC) da PSP do Porto terminaram ao início desta manhã de realizar buscas a “várias residências dos Super Dragões no distrito do Porto, avançou fonte da PSP do Porto.
A Polícia Judiciária está a realizar hoje buscas na Câmara Municipal de Coruche, no distrito de Santarém, confirmou à Lusa a força de segurança, sem revelar mais pormenores sobre a operação.
No último dia de votações na especialidade do Orçamento do Estado para 2026, a proposta do CHEGA foi aprovada com votos a favor do PSD e CDS-PP, votos contra de PS, PCP, BE, Livre e PAN e abstenção da IL.
O parlamento aprovou hoje duas propostas de alteração do CHEGA sobre a construção de autoestradas, em Coimbra e Castelo Branco, bem como uma iniciativa para o lançamento da obra do IC6 em Seia.