Ventura acusa Marcelo de “atrasar” Lei de Estrangeiros propositadamente

O presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que o Presidente da República quer atrasar a entrada em vigor da Lei de Estrangeiros por não concordar com as alterações a esta legislação.

© Folha Nacional

“Eu estou em crer que todas as atitudes de Marcelo Rebelo de Sousa estão a ir no sentido de, como não concorda com o teor da lei, fazer vetos de todo o tipo, sejam de gaveta, sejam de enviar para o Tribunal Constitucional, seja de procurar atrasar a lei, para procurar que quem venha a assinar esta lei venha a ser outro presidente, já que não o próprio Marcelo Rebelo de Sousa”, acusou, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, depois de se reunir com o seu “governo-sombra”.

Na terça-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que na quinta-feira anunciará a sua decisão sobre a Lei dos Estrangeiros, dia em que termina o prazo para que um eventual recurso ao Tribunal Constitucional.

“Garanto que não passarei do dia 16, vou cumprir esse prazo, o que também já permite compreender qual é a minha inclinação”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Hoje, o líder do Chega considerou “lamentável que o Presidente tenha esperado dois dias depois das eleições” autárquicas para dar esta indicação sobre o que poderá fazer, acusando Marcelo Rebelo de Sousa de “taticismo político” e de tentar “ocultar das pessoas aquilo que ele iria fazer, sabendo que iria colocar a lei novamente no Tribunal Constitucional, como já provavelmente saberia”.

André Ventura considerou que a nova versão da Lei de Estrangeiros é “mais fraca do que deveria ser”, defendendo que é preciso “mais controlo de fronteiras” e “mais controlo da imigração”.

O presidente do CHEGA considerou que o chefe de Estado “discorda disso” e está a atrasar o processo propositadamente.

“Nós vamos ter uma Lei de Estrangeiros. Enquanto esta maioria existir no parlamento, vai haver uma Lei de Estrangeiros, quer o Presidente goste, quer o Presidente não goste. E faremos as vezes que forem precisas a Lei de Estrangeiros”, salientou.

Ventura disse também que “felizmente, o inquilino do Palácio de Belém vai mudar” após as eleições presidenciais do início do próximo ano, às quais também concorre, e disse esperar que seja alguém que concorde com esta lei.

Questionado também sobre a lei da nacionalidade, o presidente do CHEGA insistiu que um cidadão estrangeiro que cometa “crimes graves” em Portugal deve ser penalizado com a perda de nacionalidade portuguesa, indicando que essa será uma das propostas de alteração do partido enquanto a proposta está a ser apreciada na especialidade.

“Quem comete crimes contra o Estado graves, como os crimes de terrorismo, etc., não deve poder voltar a ter a nacionalidade portuguesa, deve ser expulso do território e deve perder a nacionalidade”, defendeu, considerando também que “ninguém deve obter a nacionalidade portuguesa antes de ocorrido um prazo bastante longo”.

Ventura disse ainda que, se o Tribunal Constitucional vier a considerar que é inconstitucional, “está a prestar um mau serviço ao país”.

Últimas de Política Nacional

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) recomendou hoje o alargamento do acordo entre operadores de televisão para realizar os debates presidenciais, depois da queixa apresentada pela Medialivre, dona do Correio da Manhã.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse hoje que dado o investimento que é feito no setor, este já devia ter evoluído mais, atribuindo essa falta de evolução à forma como está organizado, daí a necessidade de reformas.
Em visita à Feira Nacional do Cavalo, na Golegã, André Ventura, candidato presidencial apoiado pelo CHEGA, afirmou que o mundo rural “deveria ter muito mais importância no debate político” e sublinhou a necessidade de defender “os grandes símbolos do país rural”, que considera frequentemente esquecidos pelas forças políticas do sistema.
O CHEGA apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 que pretende que estrangeiros não residentes, sem seguro ou qualquer acordo internacional, passem a assumir os custos dos cuidados de saúde prestados no Serviço Nacional de Saúde
A série de entrevistas da RTP aos candidatos presidenciais já permite tirar uma primeira conclusão: André Ventura foi o candidato que mais espetadores atraiu, segundo dados divulgados pela RTP ao Observador, que avançou os números.
As celebrações dos 50 anos da independência de Angola acabaram em faísca diplomática. João Lourenço chamou os portugueses de “esclavagistas e exploradores” e Marcelo ficou calado na primeira fila. Ventura não perdoou: exige um pedido de desculpa “ao povo português” e acusa o Presidente da República de assistir “a uma humilhação em silêncio”
O Grupo Parlamentar do CHEGA apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 que prevê uma isenção alargada do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para habitação própria e permanente, introduzindo novas condições de acesso ao benefício fiscal
O CHEGA reiterou a sua oposição a qualquer aumento nos impostos sobre os combustíveis, defendendo que o Governo deve garantir que os preços não sobem e propondo a eliminação do adicional do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP).
André Ventura reuniu, em apenas cinco horas, as 7.500 assinaturas necessárias para formalizar a sua candidatura à Presidência da República.
O Tenente-Coronel Tinoco de Faria anunciou que decidiu retirar-se da corrida às eleições presidenciais, declarando o seu apoio a André Ventura, numa decisão que descreveu como tomada “em defesa dos valores da Nação”.