“Estamos completamente esquecidos e abandonados pelo Governo”, disse à Lusa Fernando Bento, do grupo “Bombeiros de Portugal – juntos somos mais fortes”, que organizou o protesto que hoje mobilizou bombeiros voluntários de todo o país.
Depois do protesto de três dias em setembro em frente ao parlamento, os voluntários voltaram hoje à rua para “exigir uma carreira digna”, explicou Fernando Bento, um dos 23 bombeiros voluntários responsáveis pelo movimento, que às 10:30 iniciou uma marcha apeada até à Assembleia da República.
“Estamos aqui a defender cinco pontos”, resumiu o bombeiro, enumerando as principais reivindicações: a criação de uma carreira, melhores salários, subsídio de risco e desgaste rápido, reforma aos 60 anos e o financiamento e incentivos ao voluntariado.
Há cerca de 30 mil voluntários no país – muito deles não estão no ativo – e cerca de metade são também profissionais, segundo números avançados à Lusa por Fernando Bento.
As horas que dão à corporação enquanto voluntários não são pagas. Só na época de incêndios, quando se inicia o dispositivo especial de combate aos incêndios rurais, é que recebem “3,12 euros à hora”, contou Fernando Bento, que todas as semanas dá 12 horas do seu tempo à sua corporação.
Além da meia centena de voluntários que saiu da Praça do Comércio às 10:30, Fernando Bento disse à Lusa que há muitos outros bombeiros que já estão junto à escadaria do Parlamento.