Empresa de manutenção ouvida na quinta-feira no DIAP de Lisboa

O representante legal da empresa contratada pela Carris para a manutenção do elevador da Glória vai ser ouvido na quinta-feira no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, indicou hoje fonte judicial à agência Lusa.

© REUTERS

Segundo a fonte, o representante legal da MNTC – Serviços Técnicos de Engenharia (MAIN) vai ser inquirido na qualidade de testemunha pelo Ministério Público, no âmbito do inquérito-crime instaurado após o acidente com o elevador da Glória, em Lisboa, em 03 de setembro, que causou 16 mortos e cerca de duas dezenas de feridos, entre portugueses e estrangeiros de várias nacionalidades.

O início da inquirição está agendado para as 09:30 no DIAP de Lisboa, no Campus da Justiça.

Na segunda-feira, o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) divulgou o relatório preliminar ao acidente, o qual aponta falhas e omissões na manutenção do ascensor, constatando também a falta de formação dos funcionários e de supervisão dos trabalhos efetuados pela empresa prestadora do serviço.

Já hoje, o presidente da empresa municipal Carris, Pedro de Brito Bogas, apresentou a renúncia ao cargo ao presidente da Câmara de Lisboa, resignação que é extensível a todos os restantes elementos do conselho de administração, revelou a autarquia.

Em comunicado, a Câmara Municipal de Lisboa informou que o presidente da autarquia, Carlos Moedas (PSD), “compreende e aceita os motivos apresentados” no pedido de renúncia do conselho de administração da Carris, “considerando fundamental a nomeação de uma nova administração, que será apresentada oportunamente, para um novo mandato”.

O relatório preliminar do GPIAAF revela que o cabo que unia as duas cabinas do elevador da Glória e que cedeu no seu ponto de fixação da carruagem que descarrilou não respeitava as especificações da Carris, nem estava certificado para uso em transporte de pessoas.

“A utilização de cabos multiplamente desconformes com as especificações e restrições de utilização deveu-se a diversas falhas acumuladas no seu processo de aquisição, aceitação e aplicação pela CCFL [Companhia Carris de Ferro de Lisboa], cujos mecanismos organizacionais de controlo interno não foram suficientes ou adequados para prevenir e detetar tais falhas”, sustenta este organismo.

A investigação refere que a Carris, no processo de compra de cabos para o elevador da Glória, enviou para os potenciais fornecedores especificações de cabos referentes ao elevador de Santa Justa, que são diferentes, não conseguindo detetar o erro nem explicar o engano.

De acordo com o GPIAAF, “por uma razão que a Carris não conseguiu explicar à investigação, e de que não foi possível encontrar evidências documentais na consulta feita aos fornecedores, foi adotada para os dois artigos adicionados, correspondentes aos cabos para os ascensores da Glória e do Lavra, a especificação fornecida” pela Direção de Manutenção do Modo Elétrico (DME) da Carris “para um dos cabos do elevador de Santa Justa, mudando apenas o diâmetro”.

Este organismo público detetou falhas e omissões na manutenção do ascensor, apontando também a falta de formação dos funcionários e de supervisão dos trabalhos efetuados pela empresa prestadora do serviço.

O GPIAAF diz, por exemplo, que as inspeções previstas para o dia do acidente “estão registadas como executadas, embora detenha evidências de que não foram feitas no período horário indicado na correspondente folha de registo”.

O relatório preliminar indica ainda que os ascensores, como o da Glória e do Lavra, em Lisboa, assim como os elétricos da Carris, estão fora da supervisão do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), estando apenas debaixo da fiscalização da própria empresa gestora.

O GPIAAF recomenda à Carris que não reative os ascensores de Lisboa “sem uma reavaliação por entidade especializada”, e ao IMT que implemente um quadro regulamentar apropriado.

Últimas do País

O presidente executivo (CEO) da Vodafone Portugal, Luís Lopes, considerou hoje que a longo prazo não há mercado em Portugal para quatro operadores de telecomunicações.
A Polícia de Segurança Pública (PSP) apreendeu na quarta-feira na freguesia de Odivelas, em Lisboa, mais de 114 quilos de droga e deteve duas pessoas, informou hoje a força de segurança.
O Ministério Público e a GNR realizaram, esta quinta-feira, buscas nas instalações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, no âmbito de uma investigação por suspeitas de crimes de corrupção e participação económica em negócio, segundo o Correio da Manhã.
O representante legal da empresa contratada pela Carris para a manutenção do elevador da Glória vai ser ouvido na quinta-feira no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, indicou hoje fonte judicial à agência Lusa.
A Polícia Judiciária (PJ) deteve no Algarve um dos criminosos mais procurados do Reino Unido, suspeito de chefiar uma organização envolvida no tráfico internacional de droga.
As contraordenações por uso do telemóvel ao volante duplicaram no primeiro trimestre face ao mesmo período de 2024, tendo as polícias multado uma média de 84 condutores por dia, num total de 7.587, segundo a Segurança Rodoviária.
O antigo ministro da Justiça Álvaro Laborinho Lúcio morreu hoje aos 83 anos em casa, confirmou à agência Lusa o presidente da Câmara da Nazaré, Manuel Sequeira.
Lisboa, Barcelona e Madrid são as cidades da União Europeia (UE) onde os habitantes destinam uma maior percentagem do salário para pagar a habitação, de acordo com um relatório divulgado hoje pelo Conselho Europeu.
Sete suspeitos intercetados após perseguição policial. PSP recupera 57 artigos furtados. André Ventura elogia atuação das autoridades.
Todos os agendamentos para apresentação de visto para procura de trabalho em Portugal a partir de quinta-feira serão cancelados, uma vez que estes serão substituídos por vistos para procura de trabalho qualificado, anunciou esta quarta-feira o Governo.