Ministra da Saúde recusa demitir-se após morte de grávida no Amadora-Sintra

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, esteve esta sexta-feira no Parlamento para defender a proposta de Orçamento do Estado para 2026 na área da Saúde, mas acabou por enfrentar momentos tensos, sobretudo com o CHEGA a exigir responsabilidades políticas pelo caso trágico da morte de uma grávida no Hospital Amadora-Sintra.

© Folha Nacional

Logo na intervenção inicial, a governante sublinhou ainda que o orçamento da Saúde “não pode subir indefinidamente”.
“Podemos prometer o infinito, mas tal não será possível. Não estou disposta a alinhar em exigências que levem o SNS a caminhos sem saída e sem sustentabilidade”, afirmou, sinalizando uma contenção orçamental que já gerou críticas do setor.

CHEGA confronta ministra com caso de grávida que faleceu no Hospital Amadora-Sintra

A deputada Marta Silva, do CHEGA, recordou que, perante um episódio semelhante no passado, a então ministra Marta Temido (PS) se demitiu e que o PSD, hoje no Governo, foi na altura o primeiro a exigir essa demissão.

“Hoje o país acordou com a notícia trágica de uma grávida no Amadora-Sintra. Perante caso semelhante, a anterior ministra demitiu-se e o PSD exigiu responsabilidades”, acrescentou a deputada Marta Silva, questionando ainda “Onde está agora essa coerência” e se “o Governo vai assumir responsabilidade política por esta morte”.

Ana Paula Martins evitou responder de imediato, tendo lido parte do relatório clínico e afirmado tratar-se de “uma utente natural da Guiné-Bissau” que não teve acompanhamento na gravidez até dar entrada nas urgências às 38 semanas. A deputada insistiu, perguntando se a ministra considera ter condições para continuar no cargo.

“Não, não me demito”, respondeu a ministra, alegando que a deputada “já sabia qual seria a resposta”.

A parlamentar do CHEGA acusou ainda o Governo de falta de estratégia e de deixar as listas de espera “disparar”, insistindo na existência de uma gestão incapaz de garantir meios e respostas. Marta Silva defendeu que a ministra “já desistiu da saúde em Portugal” e questionou se o executivo pretende mesmo “cortar nos medicamentos hospitalares, travar a inovação farmacêutica e penalizar doentes oncológicos”.

De seguida, Patrícia Nascimento, deputada do CHEGA, voltou a confrontar a ministra com o facto das listas de espera para cirurgias oncológicas e não oncológicas terem subido. “Nada está a chegar às pessoas: os utentes não sentem que têm mais acesso à Saúde e os profissionais não se sentem valorizados” afirmou.

A audição decorre num momento em que o SNS enfrenta pressão crescente, com aumento de tempos de espera e sucessivas queixas de utentes e profissionais. O Orçamento do Estado para 2026 segue agora para debate e votação na Assembleia da República.

Últimas de Política Nacional

“Pode aparecer um maluco...”, foi o que um ativista cigano declarou em entrevista ao Diário de Notícias, referindo-se ao candidato presidencial André Ventura. A menos de três semanas das presidenciais, o caso agrava o clima de tensão em torno da candidatura do líder do CHEGA.
O deputado do CHEGA, Francisco Gomes, afirmou, em audição parlamentar no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2026, que “já existem três organizações terroristas a operar em Portugal”, exigindo explicações ao Governo sobre o alegado funcionamento dessas células no território nacional.
Candidato presidencial reage à abertura de um inquérito por causa dos cartazes da sua campanha. Ventura fala em ataque à liberdade de expressão e garante que não vai retirar a mensagem: “Cumpro a lei, mas não abdico das minhas convicções.”
Decisão de Marco Almeida causa polémica logo na primeira reunião do novo executivo. Autarquia defende legalidade e fala em mérito profissional, mas a nomeação do companheiro de uma vereadora para liderar os SMAS de Sintra levanta críticas e acusações de favorecimento.
A Câmara da Nazaré confirmou a realização de buscas nesta autarquia, mas o antigo presidente, Walter Chicharro, esclareceu que se limitou ao licenciamento urbanístico das vivendas investigadas pela PJ que são propriedade do Estado.
O CHEGA considera que o aumento das pensões deve ser um "desígnio histórico" e propõe, no âmbito do Orçamento do Estado para o próximo ano, uma subida de 1,5%, além do que está previsto por lei.
André Ventura quer que os beneficiários do Rendimento Social de Inserção trabalhem em prol da comunidade. O líder do CHEGA defende que o apoio estatal deve implicar contrapartidas e combater a “subsidiodependência”.
O candidato presidencial André Ventura afirmou hoje que, se for eleito Presidente da República, admite vir a decretar estados de exceção para "dar poder extraordinário" à polícia e outras autoridades para combater o crime.
O presidente do CHEGA pediu ao Governo que faça cedências nalguns pontos, como o trabalho por turnos, para se aprovar uma nova legislação laboral, reiterando a sua disponibilidade para um acordo nesta matéria.
Os partidos entregaram 2.176 propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), num novo recorde, de acordo com a informação disponível no 'site' da Assembleia da República.