A violência contra cristãos atingiu, em 2024, níveis que muitos especialistas classificam como “alarmantes”. O mais recente relatório do Observatório sobre Intolerância e Discriminação contra Cristãos na Europa (OIDAC Europe) identificou 2.211 ataques registados no continente, que vão desde agressões físicas e profanação de igrejas até incêndios criminosos e homicídios com motivações extremistas.
Embora a contagem total seja ligeiramente inferior à de 2023, os investigadores alertam que essa descida não traduz qualquer melhoria real: persistem falhas graves na recolha de dados em vários países, mascarando um fenómeno de violência crescente.
Entre os episódios mais brutais destaca-se o homicídio de um monge de 76 anos num mosteiro espanhol, em novembro, bem como o assassinato de um fiel dentro de uma igreja em Istambul, num ataque atribuído a militantes ligados ao Estado Islâmico, segundo refere o jornal La Gaceta. Em França, uma igreja histórica de Saint-Omer ficou praticamente destruída após um incêndio intencional. Em Dijon, nove pessoas ficaram feridas quando gás lacrimogéneo foi lançado no interior de um culto adventista.
“A Europa está a assistir em silêncio a uma perseguição religiosa que já não é subtileza, é violência pura. Igrejas incendiadas, cristãos assassinados, templos profanados. Isto é o que acontece quando a União Europeia se ajoelha perante o radicalismo e o multiculturalismo acrítico.”
Ainda de acordo com o La Gaceta, a Alemanha lidera o número de incêndios contra templos cristãos, contabilizando 33 ataques desta natureza em 2024 — mais do que qualquer outro país europeu. No total, foram registados 337 crimes anticristãos, um aumento de 22% face ao ano anterior. Entre roubos, vandalismo e profanações, as igrejas alemãs enfrentam um cenário de insegurança crescente, descrito pelo Serviço de Imprensa Protestante como “sem precedentes”.
Em Portugal, o CHEGA foi o primeiro partido a reagir ao relatório, classificando os números como “um sinal terrível de que a Europa está a perder o controlo sobre a defesa das suas raízes e da sua identidade cultural”.
Em declarações ao Folha Nacional, André Ventura, presidente do partido, foi perentório: “A Europa está a assistir em silêncio a uma perseguição religiosa que já não é subtileza, é violência pura. Igrejas incendiadas, cristãos assassinados, templos profanados. Isto é o que acontece quando a União Europeia se ajoelha perante o radicalismo e o multiculturalismo acrítico.”
França, Reino Unido, Espanha e Alemanha continuam entre os países mais afetados. Em território francês, uma parte significativa dos ataques é atribuída a suspeitos com motivações islamistas. Num dos casos, a polícia travou um alegado plano terrorista inspirado no ISIS contra a catedral de Notre-Dame. Noutro episódio, mais de cinquenta sepulturas e uma igreja no sul do país foram vandalizadas com graffiti intimidatórios, incluindo a inscrição “Submete-te ao Islão”.