“Dada a importância do tema e a sua centralidade na vida política portuguesa, para que as águas sejam separadas, o CHEGA decidiu hoje pedir um debate de urgência com o ministro da saúde na quarta-feira, quer sobre imigração, quer sobre este tema da pressão migratória na saúde”, afirmou o presidente do partido.
André Ventura falava aos jornalistas antes da visita a um centro de saúde no Bairro da Boavista, em Lisboa.
O líder do CHEGA quer “que fique claro à direita e à esquerda quem é que defende o quê, e não haja mal-entendidos”.
“Estou muito interessado em ver o que PSD e PS vão defender, porque suspeito que será exatamente a mesa coisa nesta matéria”, sustentou, afirmando não ver “grandes diferenças” nos discursos de Luís Montenegro e de Pedro Nuno Santos.
“Em todos os países da Europa a imigração divide direita e esquerda, aquilo o que vemos é o PSD dizer exatamente o mesmo que o PS”, defendeu, apontando que “é o PSD que está a copiar o PS, porque o PS sempre teve esta posição sobre imigração”.
“O que eu não sabia é que o PSD de Luís Montenegro é próximo do PS de Mário Soares”, criticou.
E assinalou que “o PS é que pôs em vigor estas regras”, que classificou como “as mais absurdas do mundo”, afirmando que o país tem “uma abertura absolutamente estúpida à imigração e, sobretudo, está a pôr em causa não só Portugal, como os outros países da Europa”.
“Uma coisa é defendermos a lusofonia, e isso é fundamental, [porque] a imigração brasileira, angolana ou cabo-verdiana não é o mesmo que a imigração que vem do Bangladesh, Paquistão ou da Índia, não é a mesma coisa porque a nossa história diz o contrário. Outra, é qualquer pessoa, sem qualquer controlo, possa entrar em Portugal, ficar durante um ano e dizer que anda à procura de trabalho”, sustentou.
André Ventura afirmou ser “importante discutir imigração”, porque “Portugal precisa de imigração”, mas considerou que deve ser “controlada e com regras”.
O líder do CHEGA disse que o partido está a “romper o consenso que a conferência de líderes tinha estabelecido para os próximos dias parlamentares”, e pediu “tolerância a todos os grupos parlamentares” para a realização deste debate.