A Turquia é o último membro da Aliança Atlântica, juntamente com a Hungria, a bloquear a adesão da Suécia à NATO, através de sucessivas exigências, mas hoje a comissão de Negócios Estrangeiros da Assembleia Nacional turca voltou a analisar o tema, que foi, depois, aprovado.
A Suécia apresentou o seu pedido de adesão ao mesmo tempo que a Finlândia – que foi admitida em abril – após o início da guerra russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022.
O protocolo de adesão da Suécia, país anteriormente não-alinhado, terá agora de ser aprovado numa plenária do Parlamento, cuja data está ainda por marcar, na última fase do processo legislativo na Turquia.
A Turquia, membro da NATO, adiou a ratificação do pedido de adesão da Suécia durante mais de um ano, acusando o país de ser demasiado permissivo em relação a grupos que Ancara considera como ameaças à sua segurança, incluindo militantes curdos e membros de uma rede que Ancara responsabiliza por um golpe de Estado falhado em 2016.
No início deste mês, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, associou a ratificação da adesão da Suécia à NATO à aprovação pelo Congresso dos Estados Unidos de um pedido turco de compra de 40 novos caças F-16 e de ‘kits’ para modernizar a frota existente na Turquia.
Erdogan apelou também ao Canadá e a outros aliados da NATO para que levantem os embargos de armas impostos à Turquia.
A resistência de Erdogan terá sido superada após uma conversa telefónica com o Presidente norte-americano, Joe Biden, este mês, após o qual o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, começou a admitir uma aceleração do processo de ratificação da adesão sueca.
Ainda assim, o Presidente turco acrescentou como condição para a ‘luz verde’ de Ancara a ratificação simultânea pelo Congresso dos Estados Unidos à venda de aviões de combate F-16 à Turquia.
A Turquia já tinha jogado esta ‘carta’ para tentar obter autorização de aquisição de F-16, de que necessita para modernizar a sua Força Aérea.
O governo norte-americano de Biden não se opõe a esta venda, mas o Congresso bloqueou-a até agora por razões políticas, alegando as tensões com a Grécia, país também membro da NATO de que Ancara se tornou recentemente mais próximo.
A Suécia e a Finlândia abandonaram as suas posições tradicionais de não-alinhamento militar para procurar proteção sob o ‘guarda-chuva’ de segurança da NATO, na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia.
A Finlândia aderiu à aliança em abril, tornando-se o 31.º membro da NATO, depois de o Parlamento turco ter ratificado a candidatura do país nórdico.
A NATO exige a aprovação unânime de todos os membros existentes para se expandir, e a Turquia e a Hungria são os únicos países que têm resistido.
A Hungria bloqueou a candidatura da Suécia, alegando que os políticos suecos disseram “mentiras flagrantes” sobre o estado da democracia húngara.
Os atrasos têm frustrado outros aliados da NATO que aceitaram rapidamente a Suécia e a Finlândia na aliança.