De acordo com a informação disponível no portal Participa (www.participa.pt), consultado hoje pela agência Lusa, decorre até esse dia a fase de consulta pública do processo de avaliação de impacte ambiental deste investimento, iniciada a 12 de dezembro passado.
O Projeto Agroflorestal das Herdades de Murta e Monte Novo abrange uma área total de 2.402,10 hectares da freguesia da Comporta e da União das freguesias de Alcácer do Sal (Santa Maria do Castelo e Santiago) e Santa Susana, no concelho de Alcácer do Sal.
O investimento, da responsabilidade da empresa Expoente Frugal Lda, do grupo Aquaterra, prevê a criação, caso avance, “de uma área agrícola de produção de pera-abacate com 722,24 hectares e de uma área florestal de produção de 1.415,85 hectares”, segundo o resumo não técnico do Estudo de Impacte Ambiental (EIA).
Para a criação da área agrícola de produção de abacates, que vai ter rega gota a gota, será necessário abrir “34 furos de captação de água subterrânea” e instalar “uma captação de água superficial no canal de rega da Associação de Beneficiários de Vale do Sado (ABVS)”, lê-se no documento.
Entre os investimentos previstos estão também a “construção de cinco reservatórios de armazenamento de água e de um reservatório de regularização da captação do canal da ABVS”.
Os promotores estimam que o projeto, que implica um volume de investimento na ordem dos 60 milhões de euros, assegure emprego permanente para 32 a 40 pessoas, prevendo-se que este valor ascenda, na época das colheitas, a mais 240 a 400 trabalhadores temporários.
O projeto agroflorestal, é indicado no resumo não técnico do EIA, “insere-se totalmente na Zona Especial de Conservação (ZEC) Comporta/Galé, incluída no Sistema Nacional de Áreas Classificadas (SNAC)”.
O documento disponível no portal Participa indica ainda que a rega dos pomares de pera-abacate implicará um consumo total de água na ordem dos 4,33 hectómetros cúbicos/ano (hm³/ano).
Deste total, serão provenientes de água subterrânea 3,22 hm³/ano, enquanto 1,139 hm³/ano terá origem em água superficial.
“Em termos de energia elétrica prevê-se utilizar a instalação de uma linha aérea de média tensão existente na zona norte da propriedade”, junto à Estrada Nacional 253 (EN253), refere o documento, indicando que está prevista, em simultâneo, a “instalação de uma área significativa de painéis fotovoltaicos”.
Os promotores preveem que o início da construção e implantação do projeto possa “ocorrer no primeiro semestre” deste ano, estando esse arranque dependente do desenvolvimento da Avaliação de Impacto Ambiental e da emissão da Declaração de Impacte Ambiental.
Estimam ainda que a primeira produção de pera-abacate “ocorra entre 2029 e 2030”. Inicialmente, esperam cerca de 1,5 toneladas por hectare, aumentando para 13 toneladas por hectare “ao quinto/sexto ano de cultura”.
A produção de pera-abacate, no concelho de Alcácer do Sal, terá como destino um centro de distribuição localizado na região do Algarve, segundo o resumo não técnico.