Na primeira volta das presidenciais, realizadas em 28 de janeiro, o conservador Stubb, do partido da Coligação Nacional (no poder), venceu com 27,2% dos votos, enquanto Haavisto, membro dos Verdes que se apresenta como independente, obteve 25,8%. A taxa de participação foi de 75%.
Em vésperas do escrutínio, Stubb mantém uma ligeira vantagem, mas Haavisto tem vindo a ganhar terreno nos últimos dias. Segundo a mais recente sondagem, realizada pela televisão pública finlandesa, Yle, Stubb lidera as intenções de votos com 54%, contra 46% do seu adversário.
Stubb, que foi eurodeputado, primeiro-ministro e ocupou três pastas ministeriais, incluindo das Finanças e Negócios Estrangeiros, recolhe uma grande parte dos votos do centro-direita e da direita radical, enquanto Haavisto, ministro dos Negócios Estrangeiros no anterior governo (liderado por Sanna Marin), é apoiado pelo eleitorado de centro-esquerda e ambientalista.
Eleito por um mandato de seis anos, o Presidente finlandês tem poderes limitados, mas o seu papel diplomático ganhou importância na cena internacional desde o recrudescimento das tensões com a vizinha Rússia, na sequência da guerra na Ucrânia, e da adesão do país nórdico à NATO em abril de 2023.
Ambos os candidatos têm posições bastante semelhantes em matéria de política externa, de defesa e de segurança, a principal função do Presidente.
As relações com a vizinha Rússia, que se deterioram após a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, e a consequente adesão da Finlândia à NATO, serão as principais preocupações do sucessor de Sauli Niinistö (Coligação Nacional), que sai ao fim de 12 anos, por não poder concorrer a um terceiro mandato.
Esta corrida eleitoral marca um regresso à política de Alexander Stubb, 55 anos, primeiro-ministro entre 2014 e 2015, depois de alguns anos no mundo académico.
Nos últimos três anos, lecionou e dirigiu o Instituto Universitário Europeu de Florença, em Itália, depois de se ter retirado da vida política por não ter conseguido vencer o cargo de presidente da Comissão Europeia em 2018, quando foi eleita a alemã Ursula Von der Leyen.
Stubb já confessou que foi a invasão russa da Ucrânia que o motivou a regressar à política: “Senti que poderia haver uma potencial ameaça existencial vinda da Rússia”.
Eleito deputado ao Parlamento Europeu em 2004, Stubb entrou na política finlandesa em 2008 e ocupou vários cargos ministeriais: Finanças, Negócios Estrangeiros e Assuntos Europeus. Foi também vice-presidente do Banco Europeu de Investimento.
Já Pekka Haavisto, 65 anos, foi um dos arquitetos da adesão da Finlândia à NATO, pondo fim a décadas de não-alinhamento militar do país nórdico.
Haavisto, um diplomata experiente, teve o seu batismo de fogo como mediador internacional em 1990, quando foi enviado para o Kuwait após a invasão do Iraque para negociar a libertação de um grupo de finlandeses em cativeiro.
Em 2005, foi o enviado especial da União Europeia para as conversações de paz no Darfur.
Diplomata da ONU especializado em ambiente, já foi candidato presidencial duas vezes, em 2012 e 2018, perdendo para Sauli Niinistö.
Pekka Haavisto é também conhecido como DJ amador, sob o nome artístico de DJ Pexi. Se for eleito, será o primeiro chefe de Estado finlandês assumidamente homossexual.