Antigo primeiro-ministro e ex-MNE disputam 2ª volta das presidenciais finlandesas

O antigo primeiro-ministro da Finlândia, o conservador Alexander Stubb, chega em vantagem à segunda volta das eleições presidenciais, no domingo, mas com as sondagens no final da campanha a darem a aproximação do rival Pekka Haavisto, ex-chefe da diplomacia e ecologista.

©Facebook de Alexander Stubb

 

Na primeira volta das presidenciais, realizadas em 28 de janeiro, o conservador Stubb, do partido da Coligação Nacional (no poder), venceu com 27,2% dos votos, enquanto Haavisto, membro dos Verdes que se apresenta como independente, obteve 25,8%. A taxa de participação foi de 75%.

Em vésperas do escrutínio, Stubb mantém uma ligeira vantagem, mas Haavisto tem vindo a ganhar terreno nos últimos dias. Segundo a mais recente sondagem, realizada pela televisão pública finlandesa, Yle, Stubb lidera as intenções de votos com 54%, contra 46% do seu adversário.

Stubb, que foi eurodeputado, primeiro-ministro e ocupou três pastas ministeriais, incluindo das Finanças e Negócios Estrangeiros, recolhe uma grande parte dos votos do centro-direita e da direita radical, enquanto Haavisto, ministro dos Negócios Estrangeiros no anterior governo (liderado por Sanna Marin), é apoiado pelo eleitorado de centro-esquerda e ambientalista.

Eleito por um mandato de seis anos, o Presidente finlandês tem poderes limitados, mas o seu papel diplomático ganhou importância na cena internacional desde o recrudescimento das tensões com a vizinha Rússia, na sequência da guerra na Ucrânia, e da adesão do país nórdico à NATO em abril de 2023.

Ambos os candidatos têm posições bastante semelhantes em matéria de política externa, de defesa e de segurança, a principal função do Presidente.

As relações com a vizinha Rússia, que se deterioram após a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, e a consequente adesão da Finlândia à NATO, serão as principais preocupações do sucessor de Sauli Niinistö (Coligação Nacional), que sai ao fim de 12 anos, por não poder concorrer a um terceiro mandato.

Esta corrida eleitoral marca um regresso à política de Alexander Stubb, 55 anos, primeiro-ministro entre 2014 e 2015, depois de alguns anos no mundo académico.

Nos últimos três anos, lecionou e dirigiu o Instituto Universitário Europeu de Florença, em Itália, depois de se ter retirado da vida política por não ter conseguido vencer o cargo de presidente da Comissão Europeia em 2018, quando foi eleita a alemã Ursula Von der Leyen.

Stubb já confessou que foi a invasão russa da Ucrânia que o motivou a regressar à política: “Senti que poderia haver uma potencial ameaça existencial vinda da Rússia”.

Eleito deputado ao Parlamento Europeu em 2004, Stubb entrou na política finlandesa em 2008 e ocupou vários cargos ministeriais: Finanças, Negócios Estrangeiros e Assuntos Europeus. Foi também vice-presidente do Banco Europeu de Investimento.

Já Pekka Haavisto, 65 anos, foi um dos arquitetos da adesão da Finlândia à NATO, pondo fim a décadas de não-alinhamento militar do país nórdico.

Haavisto, um diplomata experiente, teve o seu batismo de fogo como mediador internacional em 1990, quando foi enviado para o Kuwait após a invasão do Iraque para negociar a libertação de um grupo de finlandeses em cativeiro.

Em 2005, foi o enviado especial da União Europeia para as conversações de paz no Darfur.

Diplomata da ONU especializado em ambiente, já foi candidato presidencial duas vezes, em 2012 e 2018, perdendo para Sauli Niinistö.

Pekka Haavisto é também conhecido como DJ amador, sob o nome artístico de DJ Pexi. Se for eleito, será o primeiro chefe de Estado finlandês assumidamente homossexual.

Últimas do Mundo

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, considerou hoje "uma vergonha" a Marcha do Orgulho Gay, que reuniu no sábado nas ruas de Budapeste dezenas de milhares de pessoas, apesar da proibição da polícia.
A Assembleia Parlamentar da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), reunida esta semana no Porto, pediu hoje "atenção internacional urgente" para o rapto, deportação e "russificação" de crianças ucranianas.
Mais de 50.000 pessoas foram deslocadas temporariamente na Turquia devido a incêndios florestais que têm afetado as províncias de Esmirna, Manisa (oeste) e Hatay (sudeste), anunciou esta segunda-feira a Agência Turca de Gestão de Catástrofes (AFAD).
A Força Aérea polaca ativou todos os recursos disponíveis no sábado à noite durante o ataque russo ao território ucraniano, uma vez que a ofensiva russa afetou territórios próximos da fronteira com a Polónia.
O Papa Leão XIV pediu hoje orações pelo silêncio das armas e pelo trabalho pela paz através do diálogo, durante a oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Um ataque massivo da Rússia com 477 drones e 60 mísseis, na noite de sábado, causou a morte de um piloto da Força Aérea e seis feridos na cidade ucraniana Smila, denunciou hoje o Presidente da Ucrânia.
A constante ligação aos ecrãs e a proliferação de métodos de comunicação estão a conduzir a dias de trabalho intermináveis com interrupções constantes, com graves consequências para a saúde mental e física, alertam especialistas e vários estudos recentes.
A associação de empresas de energia de Espanha (Aelec), que integram EDP, Endesa e Iberdrola, atribuiu hoje o apagão de abril à má gestão do operador da rede elétrica espanhola no controlo de flutuações e sobrecarga de tensão.
As companhias aéreas europeias, americanas e asiáticas suspenderam ou reduziram os voos para o Médio Oriente devido ao conflito entre Israel e o Irão e aos bombardeamentos dos EUA contra este último país.
O comandante chefe das Forças Armadas da Ucrânia, Oleksandr Sirski, assegurou este domingo que as tropas ucranianas conseguiram travar o avanço russo na região nordeste de Sumi, recuperando a localidade de Andriivka e avançando na zona de Yunakivka.