“O que Pedro Passos Coelho disse hoje foi ‘ponham os olhos no CHEGA'”

O presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho disse aos dirigentes do PSD para porem "os olhos no CHEGA" e disse acreditar que ainda vai militar no seu partido.

© Folha Nacional

“Basicamente o que Pedro Passos Coelho disse hoje foi ‘ponham os olhos no CHEGA'”, afirmou.

Depois de já ter comentado, em declarações aos jornalistas à chegada, a presença do antigo líder do PSD na campanha da Aliança Democrática (coligação PSD/CDS-PP/PPM), André Ventura voltou ao tema no seu discurso no jantar/comício desta noite num restaurante em Sever do Vouga (distrito de Aveiro), com mais de 300 pessoas.

O presidente do CHEGA considerou que Passos “fez um bom serviço à democracia” porque “saiu do conforto da sua casa para dizer aos laranjinhas que ser cópias do PS não dá, que querer ser o PS dois não funciona, e que o país precisa mesmo de uma rutura”.

“Desconfio cá para mim que até ao fim desta campanha ou até ao fim deste ano, ou na pior das hipóteses até ao fim da legislatura, eu acho que Pedro Passos Coelho ainda se muda para o CHEGA”, afirmou.

“Queria agradecer ao meu amigo Pedro Passos Coelho por ter conseguido em poucos minutos de discurso ter explicado a Luís Montenegro tudo o que eu ainda não consegui explicar em dois anos de liderança de Luís Montenegro”, disse, questionando: “terá ido apoiar Luís Montenegro ou dar-lhe um estalo na cara e uma lição? Só pode ter sido isso”.

O presidente do CHEGA defendeu ainda que o PSD “habituou-se a ser muleta do PS”.

Pedro Passos Coelho discursou hoje num comício da AD em Faro e acusou o PS de ter aumentado a insegurança no país, que associou à imigração, e considerou que nas escolas ninguém deve “meter pela goela abaixo” dos alunos “aquilo que há de ser a sua vontade e a sua maneira de pensar”.

Assinalando estar no distrito de onde são naturais Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, que inclusivamente é cabeça de lista por Aveiro, o líder do CHEGA questionou no seu discurso os líderes de PSD e PS “nunca conseguiram resolver os problemas do distrito, como vão conseguir resolver os problemas do país?”.

“PS e PSD são a mesma coisa, o mesmo insucesso, as mesmas políticas, a mesma corrupção, os mesmos lugares, as mesmas soluções”, criticou, defendendo que o CHEGA constitui “a única solução para Portugal”.

“Se nós com esta oportunidade histórica que temos de vencer as eleições, deixarmos que a transformação do país passe do cartão rosa para o cartão laranja, estamos a prestar um mau serviço a Portugal”, defendeu, afirmando existir um “medo que o CHEGA vença as eleições”.

Considerando que PS e PSD representam “o vício profundo que o sistema criou”, Ventura salientou que “só há uma marreta capaz” de o destruir, “é a marreta do CHEGA”.

No seu discurso, no qual abordou vários temas, o líder do CHEGA disse que Portugal está “a ficar um país mais inseguro” e alegou que Portugal “trata melhor os seus refugiados do que os seus polícias”.

O presidente do CHEGA referiu-se também ao “disparate da ideologia de género”, dizendo estar a ser confundida “com modernidade”.

“Como se fôssemos mais modernos, mais decentes, por pôr crianças na escola com conteúdos indecentes, de cariz sexual. É uma obscenidade”, defendeu, indicando que a escola pública não pode substituir-se às famílias e “doutrinar as crianças”.

À chegada ao comício, André Ventura foi recebido com fogo-de-artifício. O líder do CHEGA mostrou-se animado, tendo cantado o refrão da música Purple Rain quando o animador lhe passou o microfone, e dançou em cima do palco ao som de “Conquistador”, no final do seu discurso e depois de tocar o hino nacional.

Últimas de Política Nacional

O partido CHEGA vai realizar uma manifestação “contra o travão à Lei de Estrangeiros” no próximo dia 6 de setembro, pelas 15h00, com início no Centro de Congressos de Lisboa e término no Palácio de Belém. A iniciativa tinha sido inicialmente marcada para 24 de agosto, mas foi adiada em solidariedade com as vítimas dos incêndios que devastaram o país.
O CHEGA afirmou hoje que o Governo pretende adiar para outubro a aprovação final da revisão da lei da nacionalidade, dando prioridade ao processo para sanar as inconstitucionalidades apontadas pelo Tribunal Constitucional na lei de estrangeiros.
A Câmara Municipal da Amadora, presidida pelo socialista Vítor Ferreira, adjudicou, por ajuste direto, uma obra de cimento de oito toneladas para celebrar Mário Soares ao artista urbano Alexandre Farto, conhecido como Vhils, pelo valor de 246 mil euros. A obra terá 2,5 metros de altura e cinco de comprimento, e será instalada na Praça da Liberdade, segundo revelou o jornal PÁGINA UM.
O Governo começa hoje a receber os partidos com assento parlamentar para discutir o Orçamento do Estado para 2026, o conflito no Médio Oriente, a lei da nacionalidade e dos estrangeiros e a criação de novas freguesias.
O CHEGA propõe aumentar as penas para quem for condenado por atear fogos florestais, prevendo a possibilidade de aplicação da pena máxima prevista no sistema português e a sua equiparação a terrorista.
A Câmara da Lousã aprovou hoje uma proposta de isenção de faturas de água para os cidadãos, empresas e coletividades com consumos extraordinários face ao combate ao incêndio que afetou aquele concelho.
O CHEGA vai questionar o primeiro-ministro e a Entidade para a Transparência, através do parlamento, sobre a oposição de Luís Montenegro ao acesso público de informação sobre imóveis que declarou, anunciou hoje o líder.
O líder do partido CHEGA, André Ventura, disse ontem que quer um Orçamento do Estado para 2026 que “reflita uma mudança de espírito de política de habitação” e propôs algumas medidas.
Vários partidos do sistema, nomeadamente o PS e o VOLT, estão empenhados em tentar impedir a presença do CHEGA nas próximas eleições autárquicas.
O Chega quer proibir a exploração económica das áreas ardidas durante 10 anos e a venda de madeira queimada, aumentar as penas para os incendiários e a criação de um fundo de apoio às famílias dos bombeiros.