Tribunal de Coimbra condena a pena efetiva 14 arguidos no processo dos catalisadores

O Tribunal de Coimbra condenou hoje 14 de 37 arguidos a pena efetiva, num processo relacionado com furtos de catalisadores, com dois dos acusados a serem condenados a 14 anos de prisão.

© D.R

O Tribunal de Coimbra condenou 14 dos 37 arguidos envolvidos num megaprocesso relacionado com furtos e posterior comercialização de catalisadores, estando ainda associados crimes como tráfico de estupefacientes, coação, sequestro ou tráfico de pessoas.

A leitura extensa decorreu durante toda a manhã de hoje, com a presidente do coletivo de juízes a sintetizar as mais de 2.700 páginas do acórdão.

Dois dos principais arguidos foram condenados a 14 anos de prisão, pela prática de crimes de furto qualificado, tráfico de estupefacientes, tráfico de pessoas, entre outros crimes, e um outro a 12 anos de prisão.

Entre as penas mais pesadas, estão ainda dois arguidos condenados a nove anos de prisão (um por vários crimes de furto qualificado e o outro pelo crime de tráfico de droga) e um a oito anos de pena (por furto e coação), afirmou a juíza que presidiu ao coletivo.

Dos advogados acusados no processo, um foi condenado a pena de multa, outra a pena de multa e 14 meses de pena de prisão suspensa, e uma terceira foi absolvida de todos os crimes que constavam no despacho do Ministério Público.

Ao todo, houve cinco absolvições, três penas de multa e 14 penas suspensas na sua execução.

Durante a leitura, a juíza referiu que não ficou provado o crime de associação criminosa, considerando que havia “a existência de um bando com ligação aos furtos dos catalisadores”, mas a ligação entre os diferentes arguidos reconhecida em Tribunal não provava a existência de laços suficientemente profundos que pudessem configurar esse crime.

Segundo a juíza, o acórdão foi um trabalho “de corte e costura”, relacionando “muitos meios de prova”, como escutas, vigilâncias e até declarações de arguidos e de várias das testemunhas consumidoras de droga, por forma a dar como provado vários dos mais de 100 crimes de que alguns dos arguidos eram acusados.

Quase no final do julgamento, um dos arguidos condenado a prisão efetiva (nove anos) manifestou vontade de sair da sala do tribunal, e, perante a recusa da polícia, entrou em confronto com os agentes, que tiveram de o algemar e retirar do local.

O julgamento deste processo arrancou em novembro de 2023, numa sala do tribunal adaptada para receber os 37 arguidos e dezenas de advogados.

Segundo a instrução a que a agência Lusa teve acesso, no total, os 37 arguidos estavam pronunciados por milhares de crimes, recaindo a grande maioria sobre 14 elementos, 11 deles da mesma família, do concelho da Figueira da Foz, que pelo menos desde 2019 teriam formado um grupo criminoso.

Entre os alegados crimes de que eram acusados figuravam a associação criminosa, tráfico de estupefacientes agravado, violação de segredo de justiça, prevaricação de advogado ou solicitador, falsificação ou contrafação de documento, falsidade informática e coação.

Os membros do grupo atuavam “sempre sob a coordenação e as ordens e instruções” dos três líderes, dedicando-se à prática de vários crimes, entre os quais tráfico de estupefacientes e furto de catalisadores, “em permanente e estreita colaboração”.

Os 37 arguidos têm idades entre os 20 e os 67 anos, encontrando-se oito a cumprir pena de prisão preventiva.

Últimas do País

Os administradores hospitalares alertaram hoje que a procura dos serviços de saúde no inverno pode obrigar os hospitais a desviar meios para acudir a doentes urgentes, impedindo-os de assumir de forma estanque uma redução das cirurgias não urgentes.
A Pinker, nova plataforma TVDE que irá ficar operacional nos próximos dias, pretende dar segurança às mulheres quando pedem um veículo, que será conduzido exclusivamente por mulheres, disse à Lusa a fundadora do projeto Mónica Faneco.
A família informou o Consulado-Geral do Brasil em Lisboa para considerar o cidadão “em situação de perigo para si e para terceiros.”
Mais de 75.000 crimes de violência doméstica foram registados em quatro anos pela PSP, que propôs quase 60.000 medidas de coação a agressores e sinalizou cerca de 46.000 crianças junto das comissões de proteção.
Cerca de 63 mil casos de herpes zóster foram diagnosticados num ano, uma doença que leva ao internamento de uma pessoa a cada dois dias e que custa anualmente ao país mais de 10 milhões de euros.
Centenas de bombeiros sapadores de várias regiões do país estão concentrados em Lisboa para exigir a valorização da carreira, que dizem não ser revista há mais de 20 anos, e o aumento de subsídios como o de risco.
A Associação Apícola de Entre Minho e Lima (APIMIL) apelou hoje às autoridades nacionais que tomem "ações concretas e bem dirigidas" contra a ameaça de invasão de uma nova vespa, mais perigosa do que a asiática.
Entre janeiro e setembro deste ano 344 mulheres foram violadas em Portugal, disse hoje à agência Lusa fonte oficial da Polícia Judiciária (PJ).
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou entre as 00h00 de domingo e as 07h00 de hoje 750 ocorrências devido à chuva e vento fortes, a maioria inundações, sem causar vítimas.
Os nove métodos mais utilizados de burla por telefone foram identificados pela PSP hoje em comunicado, alertando a população para a ocorrência deste tipo de crime.