Maior grupo criminoso do Brasil lava dinheiro em Portugal

O Primeiro Comando da Capital (PCC) pretende não só fazer de Portugal a porta de entrada do tráfico de cocaína para a Europa, mas também utilizar empresas portuguesas para lavar o dinheiro obtido com a venda de droga.

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O alerta foi dado pelo secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, e pelo diretor do Centro de Inteligência Militar do mesmo estado, coronel Pedro Sousa Lopes, durante o evento “Segurança Urbana 5.0”, que decorreu no Porto.

“Segundo informações da Inteligência, há membros do Primeiro Comando da Capital em Portugal”, afirmou Guilherme Derrite ao canal NOW. “Portugal, pela facilidade da língua, acabou por se tornar atrativo para o crime organizado se instalar e também pelo facto de haver uma grande comunidade brasileira aqui”, explicou o secretário, destacando que o PCC se “internacionalizou” desde 2014.

As autoridades de São Paulo pretendem estreitar relações com Portugal para trocar “informações de inteligência”, especialmente sobre membros deste grupo criminoso, já que a utilização de Portugal como ponto de entrada de cocaína para a Europa representa um risco.

O PCC vê Portugal como uma possibilidade de expansão dos seus negócios, com o objetivo de transformar o país numa porta de entrada para a distribuição de droga na Europa.

“Organizações criminosas do Brasil instalam-se em Portugal porque buscam lucros. Vender drogas em euros rende muito mais do que em reais, a moeda brasileira”, explicou Derrite.

Pedro Sousa Lopes explicou que a intenção do grupo é expandir não só o tráfico de droga, mas também outras atividades ilegais relacionadas com a lavagem de dinheiro. “Se têm dinheiro, eles investem. Há empresas abertas nos Estados Unidos por membros do PCC e estamos a tentar identificar, em Portugal, atividades empresariais suspeitas que correspondam à estratégia do crime organizado de São Paulo” afirmou.

Os traficantes portugueses que colaboram com o PCC são conhecidos como “testas de ferro” e facilitam o branqueamento de capitais.

“Os portugueses não chamam à atenção, e, assim, ninguém percebe o que estão a fazer. A estratégia aqui é a mesma que o PCC utiliza nos Estados Unidos”, explicou Sousa Lopes, acrescentando que já chegaram aos tribunais, tanto no Brasil quanto em Portugal, casos que refletem esta ligação internacional.

Um exemplo é André do Rap, um dos líderes do PCC que fugiu do Brasil e se refugiou em Portugal depois de ser libertado em 2019, e cujo paradeiro atual é desconhecido.

Outro caso é o do Major Sérgio Carvalho, conhecido como o ‘Escobar brasileiro’, que passou por Portugal, onde possuía dois apartamentos avaliados em 2,5 milhões de euros, tendo sido detido posteriormente na Hungria, em 2022.

O português Rúben Oliveira, conhecido por ‘Xuxas’, era o braço armado do PCC em Portugal.

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