Objetivo de Ventura é passar à segunda volta das Presidenciais

O líder do CHEGA, André Ventura, que anunciou a pré-candidatura a Presidente da República, traçou hoje como objetivo passar à segunda volta e questionou se poderá contar com o apoio do PSD nessa altura.

© Folha Nacional

“Eu estabeleci como objetivo principal, objetivo prioritário, passar à segunda volta das eleições presidenciais do próximo ano e depois disputá-las, evidentemente, para vencer, como nós fazemos em todas as candidaturas”, afirmou.

O presidente do CHEGA, que apresenta a candidatura em 28 de fevereiro, indicou que “as três grandes bandeiras” para a campanha serão “a luta contra a corrupção, contra a emigração ilegal e pela segurança”.

Em declarações aos jornalistas na Embaixada da Hungria em Lisboa, antes de um almoço com o ministro dos Negócios Estrangeiros daquele país, Péter Szijjártó, o líder do CHEGA  referiu-se à sondagem do ICS/ISCTE, feita para o Expresso e a SIC, que aponta o almirante Gouveia e Melo como possível vencedor e indica que Ventura poderá disputar a segunda volta das eleições presidenciais.

“Se à segunda volta for um candidato do CHEGA e outro qualquer, ou do PS, ou um candidato não-partidário, o PSD vai preferir pedir para se votar no candidato do CHEGA, ou vai pedir que ganhe um candidato fora do nosso espaço político à direita?”, questionou, num desafio aos sociais-democratas.

Ventura disse que o CHEGA não indicará o voto num candidato próximo do PS, mas também não o fará para o antigo presidente do PSD Luís Marques Mendes, que confirmou na quinta-feira à noite que se candidata a Belém em 2026, por considerar que, “nos últimos anos, foi o grande defensor, todas as semanas, na SIC, do governo de António Costa”.

“Se à segunda volta tivermos o almirante Gouveia e Melo e o doutor Marques Mendes, eu indicaria o almirante Gouveia e Melo como a melhor solução para uma segunda volta”, afirmou, considerando que o antigo chefe do Estado-Maior da Armada “representa melhor o espaço do centro direita do que o doutor Marques Mendes”.

“O país está dividido neste momento. As eleições legislativas já mostraram que o país deixou de ter um sistema bipartidário e passou a ter um sistema tripartidário”, sustentou, recusando que a direita esteja fragmentada.

Na ocasião, o líder do CHEGA referiu-se também à comissão de inquérito ao caso das gémeas luso-brasileiras tratadas em 2020 com um dos medicamentos mais caros do mundo e criticou a decisão do Presidente da República de não se pronunciar perante aquela comissão.

“Acho que é uma má decisão, que não prestigia a democracia e o parlamento e acho, sobretudo, que o Presidente da República se está a esconder”, acusou.

Por outro lado, saudou o anúncio de Marcelo Rebelo de Sousa de que tenciona convocar uma reunião do Conselho de Estado sobre segurança, como pediu o presidente do CHEGA.

André Ventura foi questionado ainda sobre uma notícia de hoje do Jornal Económico de que o Governo estaria interessado em que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) avance com a compra do Novo Banco e que o banco público já destacou uma equipa interna para estudar essa possibilidade.

Sobre essa hipótese, o ministro das Finanças reiterou hoje que o executivo “respeita a autonomia de gestão” da CGD e não se imiscui nas decisões do banco “de avaliação de condições de mercado relativamente a concorrentes”.

O presidente do CHEGA foi crítico, considerando que “os contribuintes estão fartos de estar a gastar dinheiro no setor da banca”, e defendeu que “a banca tem que funcionar como setor privado, a banca tem que funcionar como setor forte, a banca tem que funcionar com a iniciativa privada e com o mercado de capitais, não é com o Estado e com os contribuintes”.

Últimas de Política Nacional

O conselho diretivo de cada Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) vai passar a ter cinco vice-presidentes indicados pelo Conselho de Ministros, segundo um decreto-lei publicado.
O Presidente da República criticou hoje a demora do parlamento em eleger os conselheiros de Estado, frisando que já espera há seis meses, e disse ter convocado uma reunião do órgão consultivo porque a Ucrânia “é um tema fundamental”.
Candidato presidencial recorre da decisão que manda retirar cartazes com a frase “Os ciganos têm de cumprir a lei” e acusa os tribunais de impor uma ‘mordaça’ à liberdade de expressão em campanha eleitoral.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou o Conselho de Estado para 9 de janeiro para analisar a situação internacional e, em particular, na Ucrânia. A informação consta de uma nota divulgada esta terça-feira no site da Presidência da República.
Exigir que todos cumpram a lei passou a dar multa. O Tribunal Local Cível de Lisboa mandou retirar os cartazes de André Ventura e proibiu o candidato presidencial de repetir a mensagem, numa decisão que Ventura considera ser censura política.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vetou hoje os decretos da lei da nacionalidade, na sequência das inconstitucionalidades decretadas pelo Tribunal Constitucional, devolvendo-os à Assembleia da República.
O candidato presidencial Luís Marques Mendes divulgou hoje uma lista com os 22 clientes da sua empresa, na qual se encontram prestações de serviços em consultoria, comentários e participações em conferências, e que inclui a construtora de Famalicão Alberto Couto Alves.
A Autoridade Tributária classificou como “antiga” uma moradia reconstruída em 2024 pertencente ao ministro da Presidência, António Leitão Amaro, permitindo-lhe pagar menos de metade do IMI devido.
Luís Marques Mendes encerrou a sua empresa familiar e mantém silêncio sobre clientes, contactos e serviços que lhe renderam centenas de milhares de euros.
Foi distinguido oficialmente pelo Estado, elogiado em Diário da República pela ex-ministra da Justiça e apresentado como um quadro exemplar da governação. Meses depois, Paulo Abreu dos Santos está em prisão preventiva, suspeito de centenas de crimes de pornografia de menores e de abusos sexuais contra crianças.