Orbán diz que Weidel e a direita radical alemã são o futuro da Alemanha

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, defendeu hoje que o partido de direita radical alemão AfD e a respetiva candidata ao cargo de chanceler são o futuro da Alemanha, enquanto Alice Weidel elogiou a Hungria como um modelo a seguir.

©Facebook de Viktor Orbán

“OAfD é o futuro da Alemanha”, disse o governante húngaro ultranacionalista à imprensa, após o seu primeiro encontro com Alice Weidel, a candidata do partido alemão às eleições legislativas antecipadas de 23 de fevereiro, que recebeu na sede do governo em Budapeste.

O primeiro-ministro húngaro sublinhou que decidiu convidar Weidel porque o AfD é um dos partidos mais importantes da Alemanha e acrescentou que, “depois das eleições, tudo vai mudar”, porque o partido “ouve o que o povo quer” e tornar-se-á, assim, o futuro da nação germânica.

Weidel, por sua vez, disse ser uma honra conhecer Orbán, que considera um “símbolo de sabedoria e soberania” e um exemplo a seguir em muitos aspetos.

“Seguiremos o caminho da Hungria, o nosso grande modelo”, disse Weidel, caso o AfD venha a fazer parte do governo após as eleições.

As sondagens mostram que o AfD (Alternativa para a Alemanha) está em segundo lugar nas intenções de voto, atrás da União Democrata Cristã (CDU).

A candidata do AfD, que rejeitou ser de direita radical, disse concordar com Orbán que a União Europeia (UE) deve ser reformada “a partir do interior”, como tal são necessárias “nações fortes”.

Weidel, cuja visita a Budapeste ocorre em plena campanha eleitoral, afirmou que quer uma Alemanha “forte”, pretendendo reduzir a burocracia e os impostos.

“Quero liberdade, um país soberano e libertário que mantenha boas relações com o Leste e o Oeste”, disse.

Ambos os políticos criticaram a burocracia e as políticas de migração da UE, bem como o “Pacto Verde”, que ambos interpretaram como um obstáculo ao funcionamento da economia.

A propósito da imigração, Weidel reiterou que o sistema Schengen de livre circulação “não funciona como dantes” e que, por isso, “já devia ter sido suspenso há muito tempo”, pelo que acrescentou que, caso o seu partido ganhe as eleições, a Alemanha abandonará o sistema europeu de migração.

Em relação às tarifas aduaneiras que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenciona impor à UE, principalmente no setor automóvel, tanto Orbán como Weidel afirmaram que a Europa precisa de uma “liderança forte”, algo que lhe falta atualmente, capaz de defender os seus interesses.

A imprensa local, como o portal independente Hvg, afirmou que, com esta visita, Orbán quebra o isolamento do AfD a nível internacional.

Antes do encontro, a Federação de Lésbicas Labrisz enviou uma carta a Weidel em que a recorda que é casada com uma mulher e que o governo de Orbán limita os direitos da comunidade LGTBIQ+ naquele país da Europa Central.

“Orbán e os seus camaradas homofóbicos vão certamente perdoar-lhe o facto de ser lésbica”, referiu a organização na missiva, que recordou ainda que, na Hungria, “as lésbicas não podem adotar”, numa alusão ao facto de Weidel e a sua companheira terem adotado duas crianças.

Antes da conferência de imprensa conjunta dos dois representantes, o político independente da oposição Ákos Hadházy protestou contra a visita em frente ao ‘quartel-general’ de Orbán, com cartazes com palavras de ordem como “os populistas são fascistas nas democracias” e expressando “vergonha” pelo facto de Orbán ter acolhido Weidel em Budapeste.

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