Reino Unido apela à coordenação para eliminar redes de tráfico humano

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, apelou hoje à comunidade internacional para que se una para "eliminar de uma vez por todas as redes de tráfico humano", durante uma cimeira em Londres com 40 países representados.

Keir Starmer

© Facebook de Keir Starmer

Keir Starmer defendeu a necessidade de “unir os recursos, partilhar informações e táticas e combater o problema na totalidade, em todas as fases do percurso” dos migrantes, desde a origem até aos países de chegada.

Na mesma intervenção, o governante britânico revelou a intenção de penalizar empresas que empreguem imigrantes ilegais com multas até 60 mil libras (72 mil euros), mas também com o respetivo encerramento e com penas de prisão de até cinco anos.

Ao longo de dois dias, hoje e terça-feira, a chamada Cimeira sobre Criminalidade Organizada na Imigração vai juntar representantes de cerca de 40 países para discutir formas de combate à imigração ilegal.

O ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, e a homóloga alemã, Nancy Faeser, estão presentes, assim como representantes de outros países europeus, asiáticos, africanos e da América do Norte, incluindo os Estados Unidos.

Portugal está representado pela secretária de Estado da Justiça, Maria José Barros.

No evento também estão presentes responsáveis de países de onde partem os migrantes, como o Vietname e o Iraque, bem como de países de trânsito, como os dos Balcãs, e chefes das organizações de segurança Interpol e Europol e do serviço de controlo fronteiriço britânico Border Force.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, enviou uma mensagem gravada em vídeo para dizer que o seu país partilha esta prioridade com o Reino Unido.

“Keir e eu concordamos que a segurança das fronteiras depende também, e acima de tudo, da gestão dos fluxos migratórios e do combate à imigração em massa, um fenómeno global que afeta particularmente a Europa”, disse.

A redução da imigração é uma das prioridades do Governo trabalhista que chegou ao poder em julho no Reino Unido, onde mais de 157.000 migrantes entraram ilegalmente nos últimos sete anos, atravessando o Canal da Mancha em pequenas embarcações.

Nos primeiros três meses deste ano, registou-se um novo recorde, com mais de 6.600 chegadas.

De acordo com o Ministério do Interior do Reino Unido, os ministros vão procurar “estabelecer um consenso global sobre a luta” contra o recrutamento pela Internet de migrantes, estando também presentes representantes das plataformas tecnológicas Meta e TikTok.

Londres lançou recentemente uma campanha publicitária no Iraque para tentar dissuadir os migrantes de partir e está a fazer o mesmo no Vietname, através do serviço de mensagens Zalo.

Os britânicos estão igualmente interessados em discutir com a China a forma como esta pode deixar de exportar motores e outras peças usadas nos barcos de borracha utilizados para atravessar o Canal da Mancha.

Organizações humanitárias de apoio aos migrantes defendem a criação de canais legais para a imigração, tornando assim obsoleta a perigosa travessia do Canal, durante a qual morreram 78 pessoas em 2024.

Últimas do Mundo

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu hoje o seu homólogo russo de que está “a brincar com o fogo”, dois dias após ter acusado Vladimir Putin de estar “completamente louco”.
Mais de 54 mil pessoas morreram e 123 mil palestinianos ficaram feridos na ofensiva lançada pelo Exército de Israel contra Gaza após os ataques do Hamas ao território israelita em outubro de 2023, disseram hoje as autoridades palestinianas.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou na segunda-feira que a Rússia está a preparar novas ofensivas terrestres e anunciou ter pedido um reforço das defesas aéreas para conter os ataques.
O Conselho da União Europeia (UE) adotou hoje um pacote de 150 mil milhões de euros em empréstimos a condições favoráveis para compras conjuntas que reforcem a defesa comunitária, que os países podem pedir até final do ano.
Um homem foi hoje detido após atropelar uma multidão em Liverpool, durante as celebrações da vitória do clube desta cidade do norte de Inglaterra no campeonato britânico, segundo a polícia.
Cerca de 13 milhões de crianças moçambicanas, das mais de 16 milhões, vivem em situação de pobreza, indica-se num relatório do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) lançado hoje, que aponta também para "desigualdades profundas".
A companhia aérea alemã Lufthansa anunciou hoje que estenderá a suspensão dos seus voos para Tel Aviv até 15 de junho, devido à intensificação da ofensiva israelita na Faixa de Gaza.
O Tribunal de Braunschweig condenou hoje dois ex-executivos da Volkswagen a prisão efetiva por fraude no âmbito do escândalo de manipulação de dados de emissões de motores diesel e outros dois a penas a cumprir em liberdade condicional.
A Rússia disparou 355 ‘drones’ contra a Ucrânia durante a noite e a madrugada de hoje, um novo recorde desde o início da invasão em fevereiro de 2022, anunciou a força aérea ucraniana.
O Papa Leão XIV, Bispo de Roma, tomou hoje posse de forma simbólica da Basílica de São João de Latrão na Cidade Eterna, a mais antiga do Ocidente e historicamente ligada a França.