“Quero dizer (…) aos Hutis e a todos os que nos querem fazer mal: qualquer ataque contra nós não ficará sem resposta. Haverá uma resposta forte”, declarou Netanyahu, num discurso realizado em Jaffa, no centro de Israel.
As ações dos Hutis no Mar Vermelho e no Golfo de Aden, uma região vital para a navegação comercial, levaram ao início de campanhas de bombardeamento no Iémen por parte dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Os Hutis integram o chamado “eixo de resistência” liderado pelo Irão contra Israel, de que fazem parte outros grupos radicais da região, como o Hezbollah libanês e os palestinianos Hamas e Jihad Islâmica.
A nível interno, o gabinete de Netanyahu garantiu hoje que o chefe dos serviços de segurança interna israelitas (Shin Bet), Ronen Bar, “falhou lamentavelmente” durante o ataque do Hamas a 07 de outubro de 2023, que visou o sul de Israel e que originou a guerra em Gaza.
“Bar confirma a opinião de todos os membros do governo de que falhou lamentavelmente no dia 07 de outubro. Esta razão, por si só, justifica o fim do seu mandato”, indicou o gabinete de Netanyahu, depois de o chefe do Shin Bet, que teve a sua demissão anunciada pelo Governo, ter acusado o primeiro-ministro israelita de exigir-lhe lealdade pessoal.
Benjamin Netanyahu negou estas acusações, naquele que é o mais recente episódio da saga jurídica e política que coloca o primeiro-ministro israelita contra Ronen Bar, cuja demissão foi contestada por grande parte da população e que originou manifestações em massa em Israel.
Um documento apresentado hoje por Ronen Bar ao Supremo Tribunal contém várias acusações contra Netanyahu, incluindo a que o primeiro-ministro lhe terá pedido lealdade pessoal.
“Era claro” que, no caso de uma crise constitucional, “teria de obedecer a Netanyahu e não ao Supremo Tribunal”, escreveu Bar no documento, divulgado pelo gabinete da Procuradora-geral de Israel.
Num comunicado, Netanyahu acusou Ronen Bar de fazer “declarações falsas” perante o Supremo Tribunal.
O primeiro-ministro israelita afirmou que os argumentos de Bar “serão refutados num futuro próximo” pelos tribunais israelitas, pedindo ainda à população que vigie o progresso do caso.
No domingo, o Ministério da Saúde de Gaza, tutelado pelo grupo radical palestiniano Hamas, afirmou que a ofensiva de Israel no enclave matou pelo menos 44 pessoas na véspera, elevando o total desde outubro de 2023 para 51.201.
O ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023 matou cerca de 1.200 pessoas e fez mais de duas centenas de reféns.