O homicídio de Manuel Gonçalves, de 19 anos, conhecido como ‘Manu’, ocorreu em Braga, na madrugada de sábado, 12 de abril, em frente ao Bar Académico da Universidade do Minho. De acordo com a comunicação social, ‘Manu’ terá alertado o segurança do bar, alegadamente de nacionalidade brasileira, sobre um grupo de brasileiros que tentava drogar as bebidas de mulheres, prática conhecida como “Boa noite, Cinderela”.
Após este alerta, o jovem foi encostado a uma parede e esfaqueado várias vezes. O principal suspeito do homicídio é Mateus Marley Machado, um brasileiro de 27 anos, detido pela Polícia Judiciária (PJ) numa casa abandonada em Castelo Branco, onde se preparava para fugir para o estrangeiro. “Das diligências realizadas pela PJ, foi possível identificar, localizar e deter o agressor, que já se encontrava em fuga, refugiado numa zona isolada do interior do país”, afirmou a polícia.
Contudo, ao comparar este episódio ao caso de Odair Moniz, que gerou tumultos em Lisboa e foi amplamente discutido por políticos, pode-se concluir que Odair correu mais tinta nos jornais do que o jovem estudante. Quem evidenciou essa comparação foi o líder parlamentar do CHEGA, Pedro Pinto, que reagiu ao caso, sugerindo que ‘Manu’ “teve azar por ser português” e apontando que as associações feministas e de extrema-esquerda não demonstraram a mesma mobilização como noutros casos.
Pedro Pinto fez sobressair que o ainda primeiro-ministro Luís Montenegro não se pronunciou sobre o caso, enquanto que , na altura de Odair, lamentou “uma vida que se perdeu”. Por sua vez, André Ventura, Presidente do partido CHEGA, também criticou duramente a política de imigração em Portugal, num debate televisivo, afirmando que “um gangue de brasileiros atacou ‘Manu’, que defendia mulheres portuguesas que estavam a ser drogadas para serem viola-das. Este é um país de descontrolo”.
Nesta senda, Ventura defendeu uma política de imigração mais restritiva e a extradição de estrangeiros que cometam crimes em Portugal. Em memória de ‘Manu’, o partido CHEGA organizou uma vigília que reuniu cerca de 300 pessoas, exigindo justiça para ‘Manu’ e um controlo mais rigoroso da imigração.
Outras vigílias também foram organizadas por familiares, amigos e populares que condenaram a violência. O caso de ‘Manu’ é mais uma vítima de uma realidade em Portugal: o aumento da criminalidade violenta entre jovens, com recurso crescente a armas brancas, e o aumento das violações, segundo o último Relatório Anual de Segurança Interna. Mateus Machado encontra-se em prisão preventiva e foi transferido para o Estabelecimento Prisional de Custóias, em Matosinhos, por questões de segurança.