Governo atrasa-se a ativar mecanismo europeu para combate a incêndios e agora não há praticamente meios disponíveis

O Governo optou por não acionar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil nas primeiras semanas da atual crise de incêndios, alegando que os meios nacionais eram suficientes e que o recurso a ajuda externa deveria ser considerado apenas como última opção.

© EPA/PEDRO SARMENTO COSTA

Contudo, a Comissão Europeia recordou que existiam meios aéreos e terrestres pré-posicionados no sul da Europa, preparados para mobilização imediata mediante um pedido formal.

Esse pedido acabou por ser formalizado apenas hoje, numa altura em que as equipas nacionais já se encontram sob enorme pressão.

Portugal enfrenta um dos verões mais severos dos últimos anos no que diz respeito aos incêndios florestais, com dezenas de focos ativos e milhares de hectares consumidos pelas chamas. A resposta no terreno está no limite e o atraso na ativação do mecanismo europeu deixou o país praticamente sem meios externos disponíveis de forma imediata.

Perante este cenário, o Partido CHEGA, liderado por André Ventura, anunciou que irá questionar formalmente o Governo sobre o motivo do atraso na solicitação de apoio europeu. A formação política pretende ainda convocar, com caráter de urgência, a ministra da Administração Interna ao Parlamento, para que esclareça as razões que justificaram o adiamento do pedido e que, segundo o partido, contribuíram para a ineficácia no combate aos incêndios.

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O Governo optou por não acionar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil nas primeiras semanas da atual crise de incêndios, alegando que os meios nacionais eram suficientes e que o recurso a ajuda externa deveria ser considerado apenas como última opção.
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