As eleições autárquicas voltam a chamar os cidadãos às urnas. Muito mais do que uma rotina democrática, este é um momento em que o poder local se reafirma como espaço essencial de proximidade, decisão e transformação. É nos municípios, freguesias e assembleias locais que a democracia ganha rosto concreto, que as políticas se tornam obras, que os compromissos se traduzem em escolas, jardins, transportes e serviços sociais.
Portugal tem uma tradição autárquica que, apesar de por vezes marcada pela desconfiança, é também uma das grandes conquistas do povo. A descentralização trouxe consigo a possibilidade de os cidadãos influenciarem diretamente o seu quotidiano, escolhendo quem gere os recursos e define prioridades. Ao contrário da política nacional, frequentemente distante, a política autárquica cruza-se com a vida de todos os dias — no arranjo da estrada, no apoio às associações culturais e desportivas, no planeamento urbano, no cuidado com os mais vulneráveis.
Este é o nosso tempo porque enfrentamos novos desafios. A transição climática exige respostas locais: cidades mais verdes, mobilidade sustentável, gestão eficiente da água e da energia. A revolução digital pede municípios mais transparentes e próximos, com serviços acessíveis online mas também com atenção redobrada a quem permanece à margem. A crise habitacional reclama coragem para planear com visão, sem ceder a especulações nem comprometer a coesão social.
A responsabilidade, porém, não cabe apenas aos eleitos. Também aos eleitores, que têm de participar, fiscalizar, exigir e propor. O voto é um momento, mas a cidadania não se esgota nele. Cada assembleia municipal aberta, cada consulta pública, cada reunião de freguesia é uma oportunidade para que a voz da comunidade se faça ouvir.
As autárquicas não são um ensaio menor da democracia — são, pelo contrário, a sua expressão mais direta. É nas câmaras e nas juntas que se decide o destino imediato das nossas ruas, dos nossos bairros e das nossas cidades.
Por isso, mais do que nunca, é tempo de assumir: este é o nosso tempo. O tempo da escolha, da responsabilidade e da esperança no poder local. E o Chega está preparado !