“Que o Partido Socialista era um partido vendido, nós já sabíamos. Isso não é nenhuma novidade”, criticou.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, depois de se reunir com o seu “governo-sombra”, o líder do Chega disse que o seu partido “não passa cartas nem cartões em branco” e defendeu que “o voto não é para ser vendido, nem cedido, nem transacionado” e “é mesmo importante que as causas sejam levadas a efeito”.
“Nós queremos um orçamento que vá de encontro às aspirações das pessoas, e nós não vendemos o apoio orçamental, nem cedemos o apoio orçamental, por razões de natureza tática ou política. Para nós o que nos move são as causas, não é o taticismo. José Luís Carneiro quer que o orçamento passe rápido e que a questão desapareça. O país é mais do que o nosso taticismo político, o país exige causas”, sublinhou.
André Ventura indicou também que o Chega vai “exigir e negociar o orçamento”.
“PS e PSD sabemos que eles toda a vida estiveram juntos. O Chega é o líder da oposição e é assim que vamos liderar este processo, exigindo àqueles que votaram que tragam agora para o orçamento, essas consequências, descida de impostos, não aumento de impostos sobre os combustíveis e apoio às áreas fundamentais do país, bem como a reforma do Estado, que tinha sido prometida também e que neste orçamento fica muito aquém”, afirmou.
O líder do Chega defendeu a descida dos impostos indiretos, o aumento da dotação orçamental para “combate à insegurança e contra a corrupção”, mais apoios para os ex-combatentes e medidas para combater a crise na habitação.
André Ventura anunciou também que deu hoje aos autarcas eleitos pelo Chega nas eleições de domingo “uma diretiva para que se comece a fazer imediatamente o levantamento de todos os subsídios sociais e apoios sociais que são pagos a minorias que não trabalham, para que isso acabe em Portugal”.
“E isto é uma revolução que vai acontecer nas autarquias. Isto tem de acontecer no Orçamento do Estado também”, afirmou.
O secretário-geral socialista, José Luís Carneiro, anunciou uma “abstenção exigente” no Orçamento do Estado para 2026 para “assegurar a estabilidade política” do país, apesar de criticar a proposta orçamental do Governo.
O anúncio foi feito depois de uma reunião da Comissão Política Nacional do PS, que acabou já de madrugada, e que aconteceu depois de uma reunião, na terça-feira, com o grupo parlamentar do PS sobre a posição do partido em relação ao OE2026.