Portugal gasta mais de 40 milhões por ano com presos estrangeiros. Fatura dispara e prisões estão à beira do colapso

O Estado português está a gastar mais de 40 milhões de euros anuais só com reclusos estrangeiros, uma despesa que dispara num sistema prisional já sobrelotado e em tensão crescente. Os números oficiais mostram que Portugal paga cada vez mais, mas recupera cada vez menos.

© D.R.

Portugal está a gastar mais de 40 milhões de euros por ano com a população prisional estrangeira, uma realidade confirmada pelos dados mais recentes do sistema prisional e pelos valores oficiais divulgados para o custo médio por recluso. As contas, feitas a partir do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI 2024) e do custo por preso publicado pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), noticiado pelo ECO, revelam um sistema sob pressão constante.

De acordo com o RASI 2024, existiam 12 360 reclusos nas prisões portuguesas, dos quais 17,4% eram estrangeiros, o equivalente a cerca de 2 150 detidos de outras nacionalidades.

A DGRSP, através de dados revelados pelo ECO em 2023, fixou o custo médio diário por preso em 56,33 euros, totalizando 20 560 euros por ano. Mesmo sem atualizar este valor à inflação e aos aumentos operacionais entretanto registados, a despesa anual com presos estrangeiros ultrapassa os 44 milhões de euros.

A conta inclui alimentação, vigilância, cuidados de saúde, energia, manutenção das instalações, transporte e programas de reinserção. O Estado não fornece custos discriminados por nacionalidade, mas a dimensão financeira deste grupo é cada vez mais expressiva no orçamento prisional.

A pressão sobre o sistema é confirmada também pela RTP, que reportou um aumento simultâneo do número total de reclusos e das agressões a guardas prisionais em 2024, sinais de deterioração das condições de funcionamento das cadeias. A sobrelotação é já uma das mais elevadas da União Europeia, e os serviços denunciam falta de pessoal, instalações saturadas e meios insuficientes.

Sem novos valores oficiais para 2025, as tendências disponíveis apontam para um agravamento contínuo: mais presos, mais custos e maior pressão sobre um sistema que opera cronicamente acima da sua capacidade.

Últimas do País

A endocrinologista detida na quarta-feira, no Porto, por alegado envolvimento num esquema fraudulento de prescrição de medicação para diabetes a utentes que queriam perder peso, tem de prestar uma caução de 500 mil euros, adiantou à Lusa fonte judicial.
Três sismos de magnitudes 1,9, 2,0 e 2,6 na escala de Richter foram sentidos esta quinta-feira, 20 de novembro, na ilha Terceira, nos Açores, revelou o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).
O Tribunal Judicial de Elvas decretou hoje a prisão preventiva de um dos três detidos pela PSP, na segunda-feira, naquela cidade, suspeitos do crime de tráfico de droga, revelou fonte daquela força de segurança.
O Estado português está a gastar mais de 40 milhões de euros anuais só com reclusos estrangeiros, uma despesa que dispara num sistema prisional já sobrelotado e em tensão crescente. Os números oficiais mostram que Portugal paga cada vez mais, mas recupera cada vez menos.
A proporção de jovens internados em centros educativos abrangidos pelo Sistema de Promoção e Proteção atingiu em 2023 o valor mais alto de sempre, chegando aos 90%, contra 63% registados em 2016, foi hoje anunciado.
A Ordem dos Psicólogos Portugueses apelou hoje ao Governo mais investimento na promoção de competências parentais e prevenção de maus-tratos infantis nos primeiros 1.000 dias de vida, defendendo que seria gerador de um retorno positivo para a sociedade.
O Tribunal da Relação do Porto (TRP) condenou a cinco anos e 10 meses de prisão efetiva um homem que tinha sido absolvido de abusar sexualmente de uma filha com quatro anos, em Aveiro.
Quase metade da população portuguesa já foi vítima de algum tipo de violência ao longo da vida, com particular incidência nas mulheres, as principais vítimas de violência sexual, na intimidade ou de assédio, segundo uma análise divulgada esta quinta-feira.
Os trabalhadores da administração pública cumprem na sexta-feira uma greve contra o pacote laboral apresentado pelo Governo, sendo a educação e a saúde os setores que deverão ser mais afetados, disse fonte da Federação de sindicatos independentes.
Um homem de 48 anos foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de burla qualificada em negócios de imóveis no distrito de Setúbal, com lucro ilícito de mais de três milhões de euros, segundo comunicado oficial de hoje.