Cerca de duas dezenas de professores e funcionários escolares permanecem acampados, junto à Escola EB 2,3 de Armação de Pera, no Algarve, numa vigília de protesto “contra o atual estado” da escola pública, disse hoje um dos organizadores.
Organizada pelos professores do Agrupamento de Escolas Silves Sul, no distrito de Faro, a ação de protesto teve início no domingo, pelas 18:00, e vai prolongar-se até quarta-feira.
“Esta é mais uma forma de nos manifestarmos, de mostrarmos o nosso descontentamento e de sermos ouvidos desde que nos colocaram os serviços mínimos e nos cortaram o direito à greve”, disse à Lusa o professor Vasco Dantas, um dos organizadores do protesto.
Nas cerca de 20 tendas montadas junto ao estabelecimento de ensino, os profissionais de educação “vão-se revezando ao longo do dia, de acordo com o horário escolar, e à noite trocam o conforto do lar pela pernoita nas tendas”, indicou aquele docente.
“O objetivo é manter esta vigília até quarta-feira, dia em que seguiremos em marcha silenciosa até à Junta de Freguesia de Armação de Pera, para ali depositarmos a urna que simboliza a morte da escola pública”, sublinhou.
De acordo com Vasco Dantas, no primeiro dia, várias as pessoas juntaram-se aos profissionais escolares “nomeadamente encarregados de educação, representantes da comunidade e de oito agrupamentos de escolas do Algarve que se propõem realizar ações semelhantes nas escolas onde lecionam”.
“Queremos manter acesa a nossa luta pela dignidade dos professores e pela defesa da escola pública e esperamos que a nossa ação possa ser replicada um pouco por todo o país”, concluiu.