Chega diz que Governo “optou deliberadamente por um modelo de atraso

“Parece-nos ser um programa demasiado retórico, onde falhou a definição de metas concretas, o Governo não se conseguiu comprometer com uma solução que efetivamente fosse de apoiar aqueles que agora estão a sentir dificuldades em pagar renda e em pagar o seu crédito”, afirmou André Ventura em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, em Lisboa.

Num comentário momentos depois da apresentação pelo Governo do Programa Mais Habitação, o líder do Chega defendeu que “a má notícia” para os portugueses é que nos “próximos meses vão continuar com dificuldades em pagar rendas, vão continuar com dificuldades em pagar o crédito à habitação”.

André Ventura apontou que este “programa com um nome muito pomposo” é composto por “medidas em que a sua maioria, provavelmente cerca de 80%, não dependem da aprovação do Governo, mas dependerão da aprovação parlamentar, terão um longo período de discussão pública ou serão medidas que terão de mexer com instrumentos fiscais em vigor”.

E advertiu que isso “atrasará quase até ao limite do próximo ano a sua entrada em vigor”.

O líder do Chega considerou que o Governo podia “utilizar fundos ou do PRR ou fundos próprios para comparticipar o esforço” dos portugueses com habitação, “quer nos créditos à habitação, quer no arrendamento”, mas “optou por um outro modelo, que levará a alterações legislativas, a alterações no modo de funcionamento das instituições e que provavelmente tardarão muito a entrar em vigor”.

Ventura antecipou também uma “excessiva estatização do mercado de arrendamento a partir de agora” e considerou que a “obrigação de arrendar casas que estejam devolutas” é uma medida que “para além de inconstitucional” vai colocar “gravemente em causa a estabilidade do mercado e não tem nenhuma viabilidade no sistema jurídico”.

Quanto ao apoio ao crédito à habitação, “revela-se manifestamente insuficiente” e “o compromisso de apoio às rendas ficará muito aquém e não chegará à grande maioria das famílias portuguesas”, criticou.

André Ventura apontou que o programa “é muito limitado nos valores a que se propõe apoiar, é demasiado estatizante naquilo que propõe fazer, limita o poder dos senhorios e obrigará o Estado, no futuro, a uma série de intervenções e de medidas legislativas que não dependem sequer da concretização do Governo”, acusando o executivo de “tentar atirar areia para os olhos dos portugueses”.

No que toca ao alojamento local, o presidente do Chega afirmou que “é absurdo” as alterações que o Governo quer introduzir, nomeadamente a reavaliação das licenças atuais em 2030 e depois periodicamente, de cinco em cinco anos.

Além disso, o primeiro-ministro anunciou que “serão proibidas” as emissões de novas licenças de alojamento local, com exceção dos alojamentos rurais em concelhos do interior do país, onde poderão dinamizar a economia local.

“Isto só vai significar uma coisa, a morte do alojamento local em Portugal”, lamentou André Ventura.

O primeiro-ministro, António Costa, apresentou hoje as medidas do programa Mais Habitação, acompanhado pelos ministros das Finanças, Fernando Medina, e da Habitação, Marina Gonçalves.

De acordo com o ministro das Finanças, este pacote de medidas vai custar cerca de 900 milhões de euros, que serão mobilizados através das verbas do Orçamento do Estado.

Interrogado se o Governo tem alguma dúvida jurídica sobre alguma das medidas hoje apresentadas, designadamente no que se refere ao arrendamento obrigatório de casas devolutas, Costa respondeu que o executivo tem a convicção de que todas as propostas “respeitam escrupulosamente a Constituição”.

Últimas de Política Nacional

O candidato presidencial e presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que, se a greve geral de 11 de dezembro, convocada pela CGTP e pela UGT, avançar, é “culpa” da forma “atabalhoada” com que o Governo tratou a questão.
Cerca de cem delegados vão debater o futuro do SNS e definir o plano de ação da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) para os próximos três anos no congresso que decorre no sábado e domingo, em Viana do Castelo.
Portugal submeteu hoje à Comissão Europeia o oitavo pedido de pagamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com a comprovação de 22 marcos e metas.
O candidato presidencial e Presidente do CHEGA, André Ventura, reafirmou esta sexta-feira, em conferência de imprensa, que o partido vai entregar no parlamento um voto de condenação ao discurso do Presidente de Angola, João Lourenço, proferido nas comemorações do 50.º aniversário da independência angolana.
O Grupo Parlamentar do CHEGA apresentou na Assembleia da República um projeto de resolução que recomenda ao Governo a suspensão imediata do Manual de Recomendações Técnicas Relativo ao Acompanhamento de Pessoas Transgénero Privadas de Liberdade, aprovado em 2022.
O presidente do CHEGA acusou hoje o PS de “traição ao povo português” por requerer ao Tribunal Constitucional a fiscalização preventiva da constitucionalidade da Lei da Nacionalidade e apelou à celeridade da decisão.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) recomendou hoje o alargamento do acordo entre operadores de televisão para realizar os debates presidenciais, depois da queixa apresentada pela Medialivre, dona do Correio da Manhã.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse hoje que dado o investimento que é feito no setor, este já devia ter evoluído mais, atribuindo essa falta de evolução à forma como está organizado, daí a necessidade de reformas.
Em visita à Feira Nacional do Cavalo, na Golegã, André Ventura, candidato presidencial apoiado pelo CHEGA, afirmou que o mundo rural “deveria ter muito mais importância no debate político” e sublinhou a necessidade de defender “os grandes símbolos do país rural”, que considera frequentemente esquecidos pelas forças políticas do sistema.
O CHEGA apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 que pretende que estrangeiros não residentes, sem seguro ou qualquer acordo internacional, passem a assumir os custos dos cuidados de saúde prestados no Serviço Nacional de Saúde