Em 17 de abril, terminou o prazo para a apresentação das listas candidatas aos órgãos sociais da confederação para o triénio 2023-2026, tendo sido apresentada uma única, subscrita por 129 organizações associadas da CAP, liderada por Álvaro Mendonça e Moura, que faz parte da Amêndoacoop — Cooperativa de produtores de Amêndoa de Torre de Moncorvo.
Apesar de os Estatutos da CAP não preverem um número máximo de mandatos, Eduardo Oliveira e Sousa, de 70 anos, vai deixar a liderança da confederação, encarando com naturalidade a passagem de pastas.
“A CAP tem um papel fundamental na promoção e na defesa da Agricultura e dos Agricultores portugueses, representando também os seus interesses em Bruxelas, onde tem uma Delegação Permanente. Os desafios são múltiplos, em diversas frentes”, afirmou Álvaro Mendonça e Moura, citado em comunicado.
O novo presidente da CAP defende que “a Agricultura é um setor fundamental da economia nacional com importante contributo para as exportações”, sendo “peça-chave da coesão territorial e promotora insubstituível da sustentabilidade ambiental”.
“Assumo, por isso, o compromisso de pugnar pelo desenvolvimento e crescimento do setor agroflorestal português, dando voz ao seu principal pilar: os agricultores”, compromete-se.
Como vice-presidentes foram eleitos Domingos Filipe dos Santos (FNOP — Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas), Francisco Pavão (APPITAD — Associação de Produtores em Proteção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro), Gonçalo Andrade (Portugal Fresh), Joaquim Capoulas (Associação de Produtores do Mundo Rural da Região de Montemor-o-Novo), Jorge Rita (Federação Agrícola dos Açores) e Pedro Pimenta (Anpromis — Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo).
António Marques, Bruno Marques, Fermelinda Carvalho, José Estêvão, José Duarte, Manuel Costa e Silva, Manuel Pereira e Sousa, Rita Bonacho, Rodrigo Vinagre e Sérgio Ferreira fazem igualmente parte dos novos órgãos sociais da CAP, como vogais da direção.
Por sua vez, Amadeu Fernandes, Cláudio Soares, Eduardo Cruz, José Azevedo, José Maia, Luís Marcos, Luís Robalo, Pedro Batista, Rui Batista e David Alves são vogais suplentes.
Além de Eduardo Oliveira e Sousa, a mesa da assembleia-geral integra Vitor Galantinho (vice-presidente), Fernando Moreira (secretário efetivo) e Joaquim Morgado (secretário suplente).
Para o Conselho Fiscal da CAP foram escolhidos António Soares (presidente), António Raposo (membro efetivo), Henrique Damásio (membro efetivo) e Carla Pinto (membro suplente).
Álvaro Mendonça e Moura, nasceu em 1951 no Porto e é licenciado em Direito pela Universidade de Coimbra.
O novo presidente da CAP foi secretário-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros, representante permanente junto das Nações Unidades, embaixador em Madrid e representante permanente junto da Comissão Europeia e dos organismos e organizações internacionais em Genebra.
Antes disso, foi embaixador em Viena, em 1992 foi chefe do gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros, depois de ter sido chefe do gabinete do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.
Em 1990, foi diretor de serviços da África Subsariana, membro das negociações de Bicesse para a paz em Angola, depois de também ter passado pela embaixada em Pretória e pela delegação permanente junto da EFTA (Associação Europeia de Comércio Livre) e do GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), em Genebra.
Álvaro Mendonça e Moura dedica-se ao olival, à vinha e ao amendoal, é sócio da APPITAD, foi professor universitário e membro fundador do Círculo de Estudos do Centralismo.
A tomada de posse dos novos órgãos sociais deverá ocorrer ainda esta semana.
Em entrevista à Lusa, Eduardo Oliveira e Sousa garantiu que não vai dizer “adeus ao setor e menos ainda à própria organização”, recordando que, quando assumiu a presidência da CAP, tinha ideia de cumprir apenas um mandato.
Contudo, a insistência de colegas e os acontecimentos que abalaram o país, com destaque para a pandemia de covid-19, ditaram a sua recandidatura.