Seguradoras pagam 715ME em indemnizações por catástrofes naturais entre 2009 e 2019

© D.R.

As seguradoras pagaram 715 milhões de euros em indemnizações relacionadas com catástrofes naturais, entre 2009 e 2019, segundo um estudo citado hoje em comunicado pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS).

Segundo Gonçalo Vieira da Luz, professor convidado de finanças na Nova SBE e coautor do estudo “Protection gaps na economia portuguesa”, “as indemnizações pagas pelas seguradoras referentes a catástrofes naturais ascenderam a 715 milhões entre 2009 e 2019″, pode ler-se no comunicado.

A análise, apresentada durante uma conferência da APS, realizada na segunda-feira, em Lisboa, refere ainda que “as indemnizações relacionadas às catástrofes naturais foram mais significativas nos anos de 2010, 2013, 2017 e 2018”, disse o professor, citado pela APS.

O coautor do estudo defendeu que é urgente criar “um sistema que permita responder de forma rápida e eficaz na eventualidade de uma ocorrência” e acrescentou que “há pelo menos 11 países com sistemas nacionais de seguro para riscos de catástrofe natural, dos quais nove cobrem explicitamente o risco sísmico, nomeadamente: Dinamarca, Espanha, França, Islândia, Japão, Noruega, Nova Zelândia, Reino Unido, Suíça, Turquia ou EUA.”

A diretora do Parque de Serralves e professora na área da biodiversidade e ecologia na Universidade de Coimbra, Helena Freitas, relembrou que, a nível global, 2020 foi o segundo ano mais quente de que há registo, com uma temperatura média de 1,2°C acima da média pré-industrial.

Por sua vez, o diretor do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais, Domingos Xavier Viegas, alertou que “os danos causados pelos incêndios florestais podem ser muito custosos, em termos ambientais, sociais e económicos” e que “a sua recuperação envolve um volume financeiro muitas vezes superior ao que se investe na prevenção e supressão do risco”.

Já Luís Guerreiro, professor no Instituto Superior Técnico, referiu que 25% do edificado foi construído sem consideração da ação sísmica e que 65% do edificado é anterior ao regulamento de 1985, o que mostra a vulnerabilidade do parque habitacional em Portugal.

O presidente da APS, José Galamba de Oliveira, sublinhou que “a definição de estratégias que permitam prevenir e mitigar, de forma adequada, os riscos associados aos fenómenos da natureza está a ganhar cada vez mais relevância”.

“A Assembleia da República aprovou recentemente uma recomendação ao Governo para a criação de um Fundo de Garantia para os Riscos Climáticos e Sísmicos e a Deco defendeu publicamente, esta semana, a cobertura obrigatória de sismos nas apólices multirriscos habitação”, realçou José Galamba de Oliveira.

Para o presidente da APS, “é urgente empreender projetos estruturados para esse fim através da implementação de medidas concretas no terreno.”

A iniciativa da APS enquadra-se no ciclo de conferências “Os seguros num mundo em transformação”.

Últimas de Economia

Os consumidores em Portugal contrataram em outubro 855 milhões de euros em crédito ao consumo, numa subida homóloga acumulada de 11,3%, enquanto o número de novos contratos subiu 4%, para 157.367, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).
O Governo reduziu o desconto em vigor no Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP), aplicável à gasolina sem chumbo e ao gasóleo rodoviário, anulando parte da descida do preço dos combustíveis prevista para a próxima semana.
Os pagamentos em atraso das entidades públicas situaram-se em 870,5 milhões de euros até outubro, com um aumento de 145,4 milhões de euros face ao mesmo período do ano anterior, segundo a síntese de execução orçamental.
O alojamento turístico teve proveitos de 691,2 milhões de euros em outubro, uma subida homóloga de 7,3%, com as dormidas de não residentes de novo a subir após dois meses em queda, avançou hoje o INE.
A taxa de inflação homóloga abrandou para 2,2% em novembro, 0,1 pontos percentuais abaixo da variação de outubro, segundo a estimativa provisória divulgada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O ‘stock’ de empréstimos para habitação acelerou em outubro pelo 22.º mês consecutivo, com um aumento homólogo de 9,4% para 109.100 milhões de euros, divulgou hoje o Banco de Portugal (BdP).
A proposta de lei de Orçamento do Estado para 2026 foi hoje aprovada em votação final global com votos a favor dos dois partidos que apoiam o Governo, PSD e CDS-PP, e com a abstenção do PS. Os restantes partidos (CHEGA, IL, Livre, PCP, BE, PAN e JPP) votaram contra.
O corte das pensões por via do fator de sustentabilidade, aplicado a algumas reformas antecipadas, deverá ser de 17,63% em 2026, aumentando face aos 16,9% deste ano, segundo cálculos da Lusa com base em dados do INE.
O indicador de confiança dos consumidores diminuiu em novembro, após dois meses de subidas, enquanto o indicador de clima económico aumentou, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os gastos do Estado com pensões atingem atualmente 13% do PIB em Portugal, a par de países como a Áustria (14,8%), França (13,8%) e Finlândia (13,7%), indica um relatório da OCDE hoje divulgado.