Parlamento debate hoje constituição de comissão de inquérito à atuação do SIS

© Parlamento

O parlamento debate hoje as propostas do CHEGA e IL para constituir uma comissão de inquérito à atuação do SIS na recuperação de um computador do Ministério das Infraestruturas, com o PSD sem revelar se a vai impor.

As duas propostas serão votadas na sexta-feira, sendo que o PSD já indicou que as irá viabilizar, mas não esclareceu se quer avançar com um inquérito potestativo (obrigatório), para o qual é necessária a assinatura de pelo menos 46 deputados.

O líder parlamentar social-democrata, Joaquim Miranda Sarmento, afirmou no final de maio que o seu partido estava a ponderar se avançava com uma iniciativa própria, consoante os esclarecimentos dados pelo primeiro-ministro, mantendo-se a incógnita até agora.

Caso o PSD não avance com o inquérito obrigatório, a constituição de uma comissão de inquérito à atuação das ‘secretas’ deverá ser chumbada pelo PS, que detém a maioria absoluta, e que já considerou que esta contribuiria para “pôr em causa a salvaguarda e a integridade do Estado português”.

Em causa está a intervenção do Serviço de Informações de Segurança (SIS) na recuperação do computador de serviço de Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro das Infraestruturas João Galamba.

Na noite de 26 de abril, Frederico Pinheiro dirigiu-se ao ministério das Infraestruturas, após ter sido exonerado, para ir buscar um computador que conteria documentos classificados e que foi posteriormente recuperado através da intervenção do SIS.

Na sua proposta, apresentada em maio, a IL defende que é necessária a criação de um inquérito à intervenção das ‘secretas’ para “apurar as responsabilidades políticas, legais ou de outra ordem relativas à atuação do SIS na presente legislatura”.

A IL quer esclarecer as questões relativas ao “contacto ao SIS por parte do Ministério das Infraestruturas” na noite de 26 de abril, as “eventuais orientações, diretivas ou ordens emitidas” que deram origem à sua atuação, assim como “a prática do atual Governo para os com os serviços de informações”.

Já o CHEGA quer abordar, além do SIS, a atuação do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP), em particular, “avaliar a legalidade e a responsabilidade política associada a todo o processo relativo à recuperação do portátil”.

Quer também perceber se a atuação na noite do dia 26 de abril foi “um caso pontual ou se, por outro lado, terão existido outras situações de interferência política” e “recurso indevido” do SIS e do SIRP desde o primeiro Governado liderado por António Costa, em 2015.

Últimas de Política Nacional

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vetou hoje os decretos da lei da nacionalidade, na sequência das inconstitucionalidades decretadas pelo Tribunal Constitucional, devolvendo-os à Assembleia da República.
O candidato presidencial Luís Marques Mendes divulgou hoje uma lista com os 22 clientes da sua empresa, na qual se encontram prestações de serviços em consultoria, comentários e participações em conferências, e que inclui a construtora de Famalicão Alberto Couto Alves.
A Autoridade Tributária classificou como “antiga” uma moradia reconstruída em 2024 pertencente ao ministro da Presidência, António Leitão Amaro, permitindo-lhe pagar menos de metade do IMI devido.
Luís Marques Mendes encerrou a sua empresa familiar e mantém silêncio sobre clientes, contactos e serviços que lhe renderam centenas de milhares de euros.
Foi distinguido oficialmente pelo Estado, elogiado em Diário da República pela ex-ministra da Justiça e apresentado como um quadro exemplar da governação. Meses depois, Paulo Abreu dos Santos está em prisão preventiva, suspeito de centenas de crimes de pornografia de menores e de abusos sexuais contra crianças.
O presidente da Assembleia da República decidiu hoje não remeter ao Ministério Público o caso da adulteração da assinatura da deputada socialista Eva Cruzeiro, considerando não atingir o patamar de crime, embora se trate de ato censurável.
André Ventura defende hoje em tribunal que os cartazes que visam os ciganos são uma mensagem política legítima cujas exceções ou retirada representaria um “precedente gravíssimo” e que os autores da ação pretendem um “julgamento político” da sua atividade.
O candidato presidencial André Ventura afirmou que Luís Marques Mendes está “condicionado”, considerando que as verbas recebidas pelos concorrentes a Belém como consultores não são uma questão menor.
A averiguação preventiva à Spinumviva, empresa da família do primeiro-ministro Luís Montenegro, foi arquivada na terça-feira, anunciou hoje a Procuradoria-Geral da República (PGR).
A Polícia Judiciária entrou esta terça-feira na Câmara de Mirandela e em empresas privadas para investigar alegadas ilegalidades em contratos urbanísticos. O processo envolve crimes de prevaricação e participação económica em negócio, com seis arguidos já constituídos.